sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Mercado livre tem maior demanda do ano e consome 15,8GW em outubro


Segmento foi responsável por 26,2% do consumo total de energia no País

São Paulo – O mercado livre de energia, onde estão os maiores consumidores do País, teve em outubro a maior demanda do ano, de 15.808 megawatts (MW) médios. 

O número representa um crescimento de 6,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. 

Com isso, o segmento foi o responsável por 26,2% do total de eletricidade utilizado no mês, que alcançou 60.262MW médios. 

Os números estão na última edição do boletim InfoMercado, divulgada hoje pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE.

Os consumidores livres, que possuem demanda a partir de 3MW, e os especiais, que demandam entre 500kW e 3MW, foram os responsáveis pela maior parte dessa carga – 11.218MW. Juntas, essas categorias somavam, ao final de outubro, 1.521 agentes. 

A expansão no número de agentes frente a outubro de 2011 é de quase 43%.

Com isso, a Câmara de Comercialização contabilizou 16.793 contratos de compra e venda de energia elétrica, com a movimentação de 83.894MWmédios. 

Os termos registrados apresentaram alta de 23,8% frente a outubro de 2011. A maior parte deles (79,11%) é de longo prazo, com duração acima de seis meses.

Já a geração de energia, que atingiu 60.375MWmédios em outubro, foi 6,7% maior do que no mesmo mês do ano passado. 

A predominância foi das hidrelétricas, com 44.665MW médios (77% do total), e das termelétricas, que produziram 13.139MW médios (21,76%). 

Em seguida, aparecem os parques eólicos, que entregaram 771MW médios (1,28%) - o que representou um aumento de 62% no volume de energia proveniente desta fonte.

A garantia física das usinas existentes soma, na média móvel dos últimos 12 meses, 59.780MW médios. Com isso, ficou assegurada uma folga de 2,72% entre a garantia física e o consumo médio do período.

Clique aqui para acessar a íntegra do InfoMercado.

O Info Mercado
O Info Mercado é um boletim mensal que traz os principais resultados das operações contabilizadas no âmbito da CCEE. Cada edição é divulgada com intervalo de dois meses após o mês de referência da contabilização, tempo necessário à apuração dos dados.
A publicação do Info Mercado vai ao encontro do objetivo da CCEE de fornecer ao mercado informações transparentes sobre o setor de energia elétrica no País.
Sobre a CCEE
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE (www.ccee.org.br) é responsável por viabilizar e gerenciar a comercialização de energia elétrica no país, garantindo a segurança e o equilíbrio financeiro deste mercado. A CCEE é uma associação civil sem fins lucrativos, mantida pelas empresas que compram e vendem energia no Brasil. 

O papel da CCEE é fortalecer o ambiente de comercialização de energia - no ambiente regulado, no ambiente livre e no mercado de curto prazo - por meio de regras e mecanismos que promovam relações comerciais sólidas e justas para todos os segmentos do setor (geração, distribuição, comercialização e consumo). 

A CCEE atua em conjunto com outras instituições e órgãos governamentais que compõem a governança do setor para assegurar um modelo sustentável de energia no país, capaz de estimular o crescimento da economia do Brasil e, ao mesmo tempo, garantir um preço acessível ao consumidor.

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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Mercado Livre pode atender 45% do consumo elétrico

Apesar da renovação das concessões de diversos ativos de geração e transmissão de energia, definida pela presidente Dilma Rousseff com a Medida Provisória 579, que deve baratear o custo do insumo para os consumidores cativos, o mercado livre projeta crescimento.


Esse segmento é formado por grandes clientes, que possuem demandas acima de 0,5 MW e podem, pela lei, escolher de quem vão comprar a energia. As empresas que têm de 0,5 MW a 3 MW de demanda podem adquirir no mercado livre desde que de fontes incentivadas (eólica, PCHs e biomassa). 

Acima desse patamar, pode ser aproveitado qualquer tipo de geração.

O presidente da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), Charles Lenzi, destaca que o mercado livre ainda verifica um enorme espaço para se expandir. Ele ressalta que os cerca de 1,1 mil consumidores que compõe o setor representam hoje 27% de todo o mercado de energia elétrica no País. 

O executivo estima que, com as regras atuais, o segmento pode ser responsável por 40% a 45% de todo o consumo de eletricidade, alcançando em torno de 10 mil consumidores. Esse resultado poderia ser atingido em um prazo de cinco a dez anos. “Percebemos que cada vez mais há clientes manifestando o interesse de fazer a opção de ir para o mercado livre”, diz. 

De acordo com Lenzi, a economia de energia com a iniciativa depende da classe de consumo, entre outras questões, mas fica em uma média de 10% a 15%.

No entanto, o dirigente salienta que é importante o aperfeiçoamento da legislação. Ele enfatiza que do jeito que foi proposta a MP 579, o consumidor que está no mercado livre, aparentemente, só terá redução da sua conta de luz nos componentes da tarifa relacionados à transmissão e aos encargos, mas não quanto ao custo de geração. 

Para Lenzi, os benefícios com a diminuição do custo de produção de energia deveriam ser distribuídos de forma proporcional para os mercados livre e cativo. Ele sustenta que ainda é possível fazer aprimoramentos na medida provisória para comtemplar os dois segmentos.

O consultor da Andrade e Canellas Energia Alexandre Furstenberger argumenta que a maior parte da expansão do mercado livre nos próximos anos deverá ser feita por consumidores com demandas de 0,5 MW a 3 MW, como shopping centers, hospitais, entre outros. 

Furstenberger não descarta que ocorra uma desaceleração da migração ao mercado livre devido a uma retração na tarifa de energia dos cativos com a MP 579. Porém, ele também crê que algumas emendas poderão ser apresentadas para equilibrar a questão.

O presidente da Bio Energias, Felipe Barroso, aponta que o mercado livre de energia movimenta negócios da ordem de R$ 30 bilhões por ano. No entanto, ele comenta que, ao contrário de outros países, o Brasil conta com uma legislação bastante restritiva na área. “Na Europa, por exemplo, até o consumidor residencial tem liberdade para escolher a empresa que vai lhe fornecer energia”, diz Barroso.

O dirigente concorda que a MP 579 deveria ter contemplado a distribuição isonômica da chamada energia velha entre o ambiente de contratação livre e o de contratação regulado. 

“Porém, como algumas grandes geradoras estaduais não aderiram à renovação, a competitividade de mercado livre não será muito afetada”, aposta ele.

Como forma de ressaltar as vantagens da migração para o mercado livre, a Bio Energias colocou em seu site (www.bioenergias.com.br) um contador medindo a economia de energia com a ação. 

Também com a intenção de promover esse segmento, a Fiergs recebeu ontem uma palestra dentro da campanha 2012 - O Ano do Mercado Livre de Energia, promovida por nove entidades do setor, em parceria com a consultoria Andrade e Canellas.

Votação de medida provisória que altera indenização fica para 2013

A votação da medida provisória que aumenta a indenização das transmissoras de energia (MP 591), que aderiram ao plano de renovação das concessões que vencem entre 2015 e 2017, foi adiada para 2013. 

Líder do governo no Congresso, o senador José Pimentel (PT-CE) informou que só serão apreciadas neste ano as medidas provisórias até o número 588. A decisão foi fruto de um acordo político, entre os partidos, não detalhado pelo senador. 

Com o acordo, a MP que trata das renovações das concessões do setor elétrico (MP 579), deve ser apreciada ainda em 2012, mas a 591, que é complementar à primeira, será votada apenas a partir de fevereiro. A MP 591 altera a fórmula da MP 579 para calcular a indenização das transmissoras de energia. 

Antes, os investimentos anteriores a 2000 feitos pelas empresas seriam considerados amortizados e não entrariam no cálculo do governo.
MP avança sem mudança em prazo para adesão

O Congresso aprovou ontem a MP 579, que prevê a renovação das concessões do setor elétrico, com alterações feitas pelo relator Renan Calheiros (PMDB-AL). 

Uma das mudanças prevê uma perda de arrecadação de R$ 100 milhões para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O texto, que era analisado em comissão mista especial, passa agora para votação no plenário da Câmara e depois do Senado. 

Pouco antes da aprovação, o relator da MP 579, Renan Calheiros, voltou atrás e decidiu retirar o prazo de 30 dias que permitiria às empresas do setor elétrico tempo maior para aderir às normas da MP.

O anúncio da proposta foi feito pela manhã, quando o relator leu as alterações que previam sobre a medida provisória. A criação desta janela seria uma alternativa para que companhias importantes, como a Cesp e a Cemig, pudessem repensar a decisão e aderir ao novo plano presidencial. 

À tarde, no entanto, após pedido de vista coletivo pelos integrantes da comissão que analisam a MP, o relator decidiu voltar essa parte do texto ao modelo anterior. Ao tentar se justificar, o senador foi confuso e misturou temas distintos. 

Segundo ele, a intenção de permitir os 30 dias para adesão serviria para aclarar o processo. No entanto, os parlamentares entenderam essa extensão do prazo como uma forma de revisar os contratos e buscar a renovação pelo modelo anterior à MP, ou seja, sem reduzir os preços.

FONTE: Jornal do Comércio – RS

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Mercado livre pode atender 45% do consumo elétrico

Com 27% dos consumidores, meta é quase dobrar em dez anos

Jefferson Klein
MARCO QUINTANA/JC
Lenzi defende alterações na MP 579 para impulsionar investimentos

Apesar da renovação das concessões de diversos ativos de geração e transmissão de energia, definida pela presidente Dilma Rousseff com a Medida Provisória 579, que deve baratear o custo do insumo para os consumidores cativos, o mercado livre projeta crescimento. 

Esse segmento é formado por grandes clientes, que possuem demandas acima de 0,5 MW e podem, pela lei, escolher de quem vão comprar a energia. 

As empresas que têm de 0,5 MW a 3 MW de demanda podem adquirir no mercado livre desde que de fontes incentivadas (eólica, PCHs e biomassa). 

Acima desse patamar, pode ser aproveitado qualquer tipo de geração.

O presidente da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), Charles Lenzi, destaca que o mercado livre ainda verifica um enorme espaço para se expandir. Ele ressalta que os cerca de 1,1 mil consumidores que compõe o setor representam hoje 27% de todo o mercado de energia elétrica no País. 

O executivo estima que, com as regras atuais, o segmento pode ser responsável por 40% a 45% de todo o consumo de eletricidade, alcançando em torno de 10 mil consumidores. Esse resultado poderia ser atingido em um prazo de cinco a dez anos. 

“Percebemos que cada vez mais há clientes manifestando o interesse de fazer a opção de ir para o mercado livre”, diz. De acordo com Lenzi, a economia de energia com a iniciativa depende da classe de consumo, entre outras questões, mas fica em uma média de 10% a 15%.

No entanto, o dirigente salienta que é importante o aperfeiçoamento da legislação. Ele enfatiza que do jeito que foi proposta a MP 579, o consumidor que está no mercado livre, aparentemente, só terá redução da sua conta de luz nos componentes da tarifa relacionados à transmissão e aos encargos, mas não quanto ao custo de geração. 

Para Lenzi, os benefícios com a diminuição do custo de produção de energia deveriam ser distribuídos de forma proporcional para os mercados livre e cativo. Ele sustenta que ainda é possível fazer aprimoramentos na medida provisória para comtemplar os dois segmentos.

O consultor da Andrade e Canellas Energia Alexandre Furstenberger argumenta que a maior parte da expansão do mercado livre nos próximos anos deverá ser feita por consumidores com demandas de 0,5 MW a 3 MW, como shopping centers, hospitais, entre outros. 

Furstenberger não descarta que ocorra uma desaceleração da migração ao mercado livre devido a uma retração na tarifa de energia dos cativos com a MP 579. Porém, ele também crê que algumas emendas poderão ser apresentadas para equilibrar a questão.

O presidente da Bio Energias, Felipe Barroso, aponta que o mercado livre de energia movimenta negócios da ordem de R$ 30 bilhões por ano. No entanto, ele comenta que, ao contrário de outros países, o Brasil conta com uma legislação bastante restritiva na área. 

“Na Europa, por exemplo, até o consumidor residencial tem liberdade para escolher a empresa que vai lhe fornecer energia”, diz Barroso. 

O dirigente concorda que a MP 579 deveria ter contemplado a distribuição isonômica da chamada energia velha entre o ambiente de contratação livre e o de contratação regulado. 

“Porém, como algumas grandes geradoras estaduais não aderiram à renovação, a competitividade de mercado livre não será muito afetada”, aposta ele.

Como forma de ressaltar as vantagens da migração para o mercado livre, a Bio Energias colocou em seu site (www.bioenergias.com.br) um contador medindo a economia de energia com a ação. Também com a intenção de promover esse segmento, a Fiergs recebeu ontem uma palestra dentro da campanha 2012 - O Ano do Mercado Livre de Energia, promovida por nove entidades do setor, em parceria com a consultoria Andrade e Canellas.

Votação de medida provisória que altera indenização fica para 2013

A votação da medida provisória que aumenta a indenização das transmissoras de energia (MP 591), que aderiram ao plano de renovação das concessões que vencem entre 2015 e 2017, foi adiada para 2013. 

Líder do governo no Congresso, o senador José Pimentel (PT-CE) informou que só serão apreciadas neste ano as medidas provisórias até o número 588. A decisão foi fruto de um acordo político, entre os partidos, não detalhado pelo senador. 

Com o acordo, a MP que trata das renovações das concessões do setor elétrico (MP 579), deve ser apreciada ainda em 2012, mas a 591, que é complementar à primeira, será votada apenas a partir de fevereiro. 

A MP 591 altera a fórmula da MP 579 para calcular a indenização das transmissoras de energia. Antes, os investimentos anteriores a 2000 feitos pelas empresas seriam considerados amortizados e não entrariam no cálculo do governo.

MP avança sem mudança em prazo para adesão

O Congresso aprovou ontem a MP 579, que prevê a renovação das concessões do setor elétrico, com alterações feitas pelo relator Renan Calheiros (PMDB-AL). 

Uma das mudanças prevê uma perda de arrecadação de R$ 100 milhões para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O texto, que era analisado em comissão mista especial, passa agora para votação no plenário da Câmara e depois do Senado. 

Pouco antes da aprovação, o relator da MP 579, Renan Calheiros, voltou atrás e decidiu retirar o prazo de 30 dias que permitiria às empresas do setor elétrico tempo maior para aderir às normas da MP.

O anúncio da proposta foi feito pela manhã, quando o relator leu as alterações que previam sobre a medida provisória. A criação desta janela seria uma alternativa para que companhias importantes, como a Cesp e a Cemig, pudessem repensar a decisão e aderir ao novo plano presidencial. 

À tarde, no entanto, após pedido de vista coletivo pelos integrantes da comissão que analisam a MP, o relator decidiu voltar essa parte do texto ao modelo anterior. 

Ao tentar se justificar, o senador foi confuso e misturou temas distintos. Segundo ele, a intenção de permitir os 30 dias para adesão serviria para aclarar o processo. 

No entanto, os parlamentares entenderam essa extensão do prazo como uma forma de revisar os contratos e buscar a renovação pelo modelo anterior à MP, ou seja, sem reduzir os preços.

sexta-feira, 23 de novembro de 2012

Nova figura deve facilitar migração para o mercado livre

Em breve, o Brasil poderá ter o comercializador varejista, que vai facilitar o ingresso de empresas menores no mercado livre de energia. Foto: Getty Images
Foto: Getty Images

Em breve, o Brasil poderá ter o comercializador varejista, que vai facilitar o ingresso de empresas menores no mercado livre de energia

Está em debate no Brasil a criação de uma figura que pode facilitar a entrada de empresas no mercado livre de energia, chamada de comercializador varejista. 

A proposta de criação deste tipo de instituição passou por uma audiência pública na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e o órgão deve publicar em breve uma resolução sobre o assunto. 

Sua função será a de fazer uma ponte entre o gerador de energia incentivada - eólica, biomassa e PCH - e os consumidores especiais (de menor porte), assumindo todas as responsabilidades perante as instituições de sua atuação no mercado livre. 

O objetivo é facilitar a vida das empresas que participam ou pretendem participar do mercado livre. Atualmente, a complexidade do mercado de energia é um entrave para algumas empresas aderirem ao ambiente livre, no qual elas próprias são responsáveis pela compra e venda de energia. 

"Quando a empresa opta pelo mercado livre, assume responsabilidades que não tinha quando era consumidora cativa", afirma o gerente de atendimento da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), César Pereira. O órgão foi criado em 2004 para registrar e contabilizar os contratos firmados no mercado de energia elétrica do Brasil. 

Ele explica que as empresas precisam registrar contratos, enviar informações para a CCEE e atender a uma série de requisitos para poder gerir sua energia. O problema é que muitos consumidores especiais (com consumo de 500 kw a 3 MW) têm dificuldade para entender as transações no mercado livre, porque não possuem em seus quadros profissionais especializados em energia. 

Os consumidores especiais são em sua maior parte shoppings centers, supermercados e pequenas indústrias. 

O comercializador varejista seria um agente que agregaria os consumidores e operaria em nome deles no mercado, segundo Pereira. 

O especialista conta que o conceito existe em outros países, simplificando o dia a dia das companhias que atuam no ambiente livre de energia. Segundo a Aneel, a necessidade de discussão da proposta surgiu devido a uma preocupação da CCEE com o aumento do número de pequenos consumidores nos últimos três anos. 

Esse aumento causou impactos no órgão, que precisou adequar a sua capacidade operacional para viabilizar os negócios no ambiente livre, gerando aumento nos custos para os agentes. 

Com a aprovação da norma, as demandas dos agentes devem se adequar à capacidade operacional da Câmara. 

A Aneel também prevê maior efetividade do trabalho de monitoramento das práticas de mercado devido à redução do número de transações comerciais.

Mercado livre de energia abre oportunidades de trabalho a especialistas com conhecimento em finanças e no setor energético

Fonte: Trade Energy


A rápida evolução do mercado livre de energia elétrica no Brasil também causa impacto nas empresas do segmento que abrem vagas para Especialistas em Gestão de Risco. 

“Para atuar na área, o profissional precisa ser multidisciplinar, pois é necessário conhecer bem o mercado financeiro e o setor elétrico brasileiro. Geralmente, os formados em ciências exatas têm vantagens, devido ao domínio de conceitos matemáticos e estatísticos”, afirma Regina Pimentel, Assessora de Gestão de Risco da Trade Energy, comercializadora independente de energia. 

Outros requisitos fundamentais para atender as necessidades do setor são a compreensão da natureza das variáveis para cada atividade, que englobam a gestão de riscos de crédito, operacionais, financeiros e de mercado. Este último refere-se a quantidades e preços da commodity negociada. 

 Além disso, no cenário de energia, o especialista deve entender os conceitos básicos sobre o parque de geração, transmissão e distribuição, formação de tarifas e preços, natureza da oferta e demanda, fontes de geração, e conhecer o processo de gestão do mercado realizado pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). 

Em função da globalização nos negócios, como na maioria das áreas de trabalho, inglês, informática e a atualização constante também são indispensáveis. “O especialista deve levar em conta que precisa evoluir junto com o mercado”, declara a executiva. 

O dia a dia das atividades exercidas pelo Especialista em Gestão de Risco explica os motivos para estas exigências. De acordo com Pimentel, são realizadas avaliações de rotina da posição financeira da carteira, levando em conta a movimentação do mercado e a percepção do profissional quanto à evolução deste cenário. 

“Estas funções contribuirão para que a empresa estabeleça a sua estratégia de compra e venda, aliando aspectos como quantidades, preços e períodos. A avaliação é feita em termos de expectativas de ganhos médios e de perdas máximas”, relata. 

Como o mercado livre de energia no Brasil e esta vertente profissional são considerados relativamente novos no país, a maioria dos executivos que já atua é oriunda da área de planejamento energético ou financeiro. Assim, cada um deles precisou adquirir conhecimentos complementares da outra área. 

“A aquisição do aprendizado adicional pode ser feita por meio de cursos específicos. É interessante que empresas e profissionais continuem investindo neste segmento que, com certeza, é muito promissor”, finaliza Pimentel.

segunda-feira, 17 de setembro de 2012

Consumo no mercado livre de energia acompanha desaquecimento dos mercados nacionais

O Índice Setorial Comerc, disponibilizado pela Comerc Gestão, a maior gestora independente de energia elétrica do País, apurou queda de 1,92% no consumo de energia elétrica de suas unidades sob gestão em julho de 2012, quando comparado ao mesmo período do ano anterior. 

O movimento está em linha com o baixo crescimento da indústria observado no ano. De acordo com o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o desempenho industrial registrou queda de 2,5% no segundo trimestre do ano, o que impacta diretamente nas linhas de produção e, consequentemente, no consumo de energia.




Mesmo com a tendência de diminuição, na análise de julho versus junho, do total de 12 setores analisados pelo Índice Setorial Comerc, oito apresentaram aumento no consumo de energia. 

O destaque fica para os segmentos de Papel e Celulose, com alta de 7,20%, Alimentos, que teve consumo 6,26% superior, e Eletroeletrônicos, com aumento de 4,91%. A média do consumo dos setores revelou alta de 2,51% no período.



O consumo de energia livre seguiu tendência de queda no primeiro semestre, acompanhando a desaceleração da economia nacional, que impacta com ênfase o desempenho e o nível de produção de diversos setores da indústria, responsáveis pela maior parte da energia consumida por meio de contratos firmados no mercado livre.



Perfil - A Comerc Energia foi fundada em 2001 e é formada por duas empresas: a Comerc Gestão e a Comerc Trading. A Comerc Gestão é a maior gestora independente de energia elétrica do País, responsável por gerir 15% da carga de energia de consumidores livres. 

O objetivo da empresa é maximizar a redução de custo de energia elétrica e atender plenamente as necessidades do cliente no curto, médio e longo prazo, por meio da elaboração de estratégias de posicionamento e de estruturas de gerenciamento de energia. 

A gestora também administra 3.300 MW de potência de geração (produtores independentes e auto produtores), buscando a criação de valor para o cliente por meio de estratégias de comercialização rentáveis, seguras e eficientes.

A Comerc Trading está entre as 10 maiores do País por montante de energia comercializada. Entre as comercializadoras independentes, a Comerc está na liderança. 

A empresa faz parte da aliança internacional Energy Experts, juntamente à norueguesa Bergen Energi e à norte-americana Delta Energy. 

A aliança oferece soluções globais em gerenciamento e estruturação de estratégias de contratação de energia elétrica para consumidores multinacionais. [ www.comerc.com.br].

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Maior controle no mercado livre de energia vai aumentar os preços


Uma nova norma para aumentar o controle sobre o mercado livre de energia, a portaria 455 do Ministério das Minas e Energia (MME), que entra em vigor em 1º de novembro, está levando ao mercado insegurança e expectativa de alta de preços. 

O mercado livre de energia é o segmento alternativo ao mercado cativo, no qual os consumidores têm contrato fixo com um fornecedor. 

No mercado livre - ou Ambiente de Contratação Livre (ACL) -, grandes consumidores, como indústrias, compram energia para certo período. 

Ao fim do mês, depois que a energia é usada, verifica-se o consumo e os contratos são ajustados e registrados (ex-post).


Se gasta mais energia do que o contratado, o usuário também pode equacionar as contas com mercado spot (à vista), o PLD - preço de liquidação das diferenças, publicado pela CCEE (Câmara de Comercialização de Energia Elétrica), que é somado a um ágio.

Há anos o mercado pede ao governo que permita a usuários vender os volumes comprados e que excedem ao usado.

O tema foi tratado em audiência pública em março de 2010, mas ficou sem respostas.

Além de não resolver a questão, a portaria trouxe amarras. 

Ela determina que os contratos não podem mais ser registrados depois do uso (ex-post). 

Os registros deverão ser mensais a partir de 1º de novembro até 30 de junho de 2013, quando a frequência passa a ser semanal. 

Na fase de transição - de registros mensais -, poderão ser feitas alterações, após a verificação do consumo, nos montantes registrados antes do uso.

A partir de julho, os ajustes são vedados. "Os montantes só poderão ser alterados antes do início da semana de entrega da energia. 

Se não podem fazer registros posteriores, os consumidores não podem ajustar os contratos conforme o consumo, como acontece hoje", diz Luis Gameiro, diretor da Trade Energy, uma das comercializadoras do setor.

Fonte: Brasil Econômico

segunda-feira, 3 de setembro de 2012

Abraceel propõe que mercado livre atue em energia nova

Agência Estado
A Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel) propôs ao governo a participação do mercado livre nos leilões de energia nova, especialmente em empreendimentos hidrelétricos, disse o presidente da entidade, Reginaldo Medeiros



"Essa proposta é muito mais focada nas hidrelétricas de serviço público, que são aquelas com potência superior a 50 megawatts", afirmou.

A medida faz parte de um conjunto de sugestões feitas ao Ministério de Minas e Energia e à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). 

Entidades do setor estimam que, se implementadas, as ações alavancariam 12 mil megawatts (MW) em fontes limpas, o que corresponderia a investimentos de R$ 24 bilhões, via mercado livre.

A Abraceel e outras associações já vinham defendendo o acesso do mercado livre aos leilões de energia velha. 

Com o vencimento das concessões de uma série de hidrelétricas em 2015, entidades ligadas ao mercado livre receiam uma fuga de consumidores do segmento. 

Temendo que muitos migrem para o mercado regulado, que terá preços em declínio com a amortização das usinas que estão por vencer, o grupo capitaneado pela Abraceel pede ao governo que parte da energia desses empreendimentos vá para o mercado livre.

"Se o governo resolver destinar toda essa energia apenas ao mercado cativo, distorcerá a formação de preços. Quem está no mercado livre vai ficar tentado a voltar para o mercado cativo e essa energia não é suficiente para todos", alertou Medeiros. "Sugerimos a medida ao governo para que haja equilíbrio entre os dois mercados e não vejamos uma fuga desnecessária do livre para o regulado."

O executivo não quis estimar que parcela da energia das usinas, cujas concessões estão por vencer, precisaria ser enviada ao mercado livre. 

A proposta defendida prevê que os leilões de energia velha sejam feitos por rodadas, priorizando o mercado regulado. 

"Na nossa sugestão para o leilão, o primeiro round seria para o mercado regulado", disse. A demanda que não fosse atendida seria direcionada para o segmento livre.

As propostas são do movimento Ano do Mercado Livre de Energia, composto, além da Abraceel, pelas associações de Energia Eólica (Abeeólica), de Investidores em Autoprodução de Energia (Abiape), de Grandes Consumidores Industriais de Energia e Consumidores Livres (Abrace), entre outras.

Cidadão Repórter

sexta-feira, 24 de agosto de 2012

Mercado livre de energia permite economia de até 20% na conta de luz, mas avanço emperra em marco regulatório engessado




Especialistas dizem que custo da eletricidade compromete a competitividade do País inteiro



A energia do Brasil é a quarta mais cara do mundo, apesar da enorme vantagem de uma matriz diversificada. Na ótica das empresas, o custo da eletricidade compromete a competitividade do País inteiro. Para especialistas, o mercado livre pode ser uma solução para o problema ao permitir uma economia de algo entre 10% e 20% no preço da tarifa, segundo dados da Anace (Associação Nacional dos Consumidores de Energia).



Carlos Faria, presidente da Anace, diz que o mercado livre é um sinal de maturida de de uma economia e, para os consumidores, significa de compra e liberdade de escolha. “Não há nada melhor do que poder negociar o próprio contrato”, afirma. Mas o ambiente de contratação livre (ACL) ainda esbarra em dificuldades que vão da limitação de um marco regulatório engessado que distorce a concorrência até o peso da carga tributária que responde por mais de 45% do preço final da conta de luz, lamenta ele.



As oportunida des de negócios do mercado livre e as melhorias necessárias ao seu desenvolvimento foram debatidas nesta quarta-feira (22/08) no comitê estratégico de Energia da Amcham-São Paulo. Dentre todos os consumidores de energia, o segmento livre representa em torno de 27% do mercado e não cresce há quase uma década, segundo Faria.

“O governo limitou o potencial desse mercado ao impor regras que impedem a expansão e fazem com que ele não consiga sair desse patamar”, afirma Faria. Ele faz referência ao marco regulatório aprovado em 2004, que diferencia categorias de clientes que podem migrar para o ACL e os que obrigatoriamente devem ficar no ambiente de contratação regulada (ACR).

Mercado livre


No mercado cativo, a geração, transmissão e distribuição dependem de concessões do governo para que empresas explorem hidrelétricas, térmicas, eólicas e outras fontes energéticas. O mercado livre, por sua vez, abre espaço para outros players, como empresas autogeradoras que podem vender seu excedente e consórcios proprietários de matrizes como pequenas centrais hidrelétricas (PCH), além de comercializadores especializados no segmento.


O marco determina que empresas com demanda acima de 3000 quilowatts (kW), como grandes indústrias siderúrgicas ou químicas, possam investir na autoprodução ou contratar comercializadoras sem depender das distribuidoras do mercado cativo. Esses são chamados de consumidores livres.

Já os que têm demanda entre 500 kW e 3000 kW podem contratar uma comercializadora do mercado livre, mas são obrigados a consumir energia exclusivamente de fontes renováveis. Eles formam o grupo chamado de especial.


Ricardo Savoia, gerente de Estudos de Regulação e Tarifa da consultoria Andrade&Canellas, destaca que há em torno de 150 mil indústrias de perfil de consumo elevado no Brasil que não fazem parte do mercado livre.

“Se pequenas indústrias e grandes comércios tivessem mais flexibilidade de migração, o mercado livre passaria dos atuais 27% para até 46% do total de consumidores”, calcula. “Se baixássemos [o limite mínimo] de 500 kW para 300 kW, a participação de mercado poderia subir a 58%.”

Informação

Na avaliação de Faria, o segmento livre depende de duas coisas para crescer: mais informação aos empresários e mais vontade política do poder público. “O empresário tem que saber que o mercado livre não é isento de riscos, mas é mais barato e mais previsível”, reforça. “Há quem não migre porque acha que vai ter mais dor de cabeça ao montar equipes para gerenciar sua energia, mas há geradores e comercializadores especializados que fazem esse serviço.”


Uma pesquisa da Federação das Indústrias do Rio de Janeiro mostra que, em média, o megawatt-hora (MWh) custa R$ 329 às empresas brasileiras, descontados os impostos. Na China, a mesma energia sai pelo equivalente a R$ 142,4. Os EUA pagam R$ 117,4. “Isso mostra que desembolsamos 53% a mais do que a média mundial pela nossa eletricidade”, explica o presidente da Anace.

Faria compara que, nos Estados Unidos, além de energia ser barata graças a uma matriz variada, 65% dos consumidores têm liberdade para escolher seu fornecedor de energia. No Canadá, metade dos clientes está livre no mercado de energia. Na União Europeia, desde 2007 a escolha é livre para todos.


O mercado livre permite que haja negociações mais transparentes e voltadas às necessidades de cada empresa. “No mercado cativo, o consumidor paga custos elevados sem que haja tantos gastos de investimentos. Ter um preço competitivo é essencial para uma economia que quer crescer e reativar o consumo”, analisa Faria.

Savoia avalia que a maior parte dos riscos do ACL advém dos diferentes prazos para negociar a energia. O primeiro passo é encontrar um parceiro confiável de quem comprar a energia. Ter um planejamento estratégico de consumo ajuda a resolver a questão seguinte do contrato, o prazo.


“Quase 60% dos contratos são firmados em prazos longos, acima de quatro anos”, afirma. Ele aponta que os preços futuros dependerão da sazonalidade da produção e da estimativa de consumo, então, quanto melhor é o planejamento de uso, maior é a capacidade de prever o custo exato da energia. “A boa notícia é que os preços não dependem de indexação à inflação.”

Legislação

Os dois especialistas são unânimes em dizer que, a despeito da flexibilidade do ACL, ele não engrena por falta de regulamentações e leis de incentivo. O primeiro dos impedimentos toca justamente na limitação da elegibilidade ao mercado livre. O projeto de lei 402/2009 previa uma redução progressiva de elegibilidade de 3000 kW para 2 kW e, depois, para 1 kW e poderia ampliar o acesso, mas foi vetado pelo governo.


Outra medida cria a figura do comercializador varejista, responsável pela representação dos pequenos agentes, gestão contratual e operações na Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE). As reclamações, aqui, voltam-se para a complexidade de regras e procedimentos desse negociador do mercado.

“Hoje, o pequeno agente responde às mesmas regras de um grande consumidor de energia. Não faz sentido o consumidor de 500 kW estar sujeito às mesmas normas do de 10000 kW”, pontua o presidente da Anace.


Segundo ele, o modelo do setor elétrico em vigor está perdendo a capacidade de regulação. “Veja o caso das grandes hidrelétricas: com o intuito de minimizar impactos socioambientais, usinas estão sendo viabilizadas com reservatórios de reduzida capacidade de acumulação. Como atender a demanda durante o período de baixa hidrologia?”

“Reclamam que a área do reservatório de Belo Monte, a maior usina em construção no País, vai desmatar uma área de 516 km² [para a instalação do reservatório], mas toda a área desmatada irregularmente na Amazônia em 2010 foi de 7.464 km²”, compara.

Outro ponto levantado foi o modelo de renovação das concessões. Em torno de 20% da capacidade instalada de geração de energia terão concessões expirando entre 2015 e 2017. Os especialistas veem uma possibilidade de que as concessões sejam mantidas, sem que haja melhorias no mercado livre em termos de regulação.

Impostos

Há ainda um esforço do governo federal para baratear o custo da energia em meio a essas renovações que poderia chegar a dois dígitos. A presidente Dilma Rousseff anunciou que o governo irá lançar, até a metade do mês de setembro, um pacote para reduzir o custo da energia baseado na redução de PIS/Cofins embutidos na conta, mas nenhum governo estadual falou em enxugar o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços), o mais pesado dos impostos. 


“Do ponto de vista do consumidor, a vantagem certamente está em como reduzir esses impostos, entre os quais há alguns que não têm por que serem cobrados já que não são usados para a finalidade à qual foram criados”, analisa Faria. É o caso da Conta de Consumo de Combustíveis (CCC), cobrada pela ativação das térmicas, e a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), que visa à inovação e à pesquisa tecnológica do setor.

“Esse número alto de impostos que temos afeta a competitividade das empresas brasileiras.”

A questão do mercado livre está diretamente ligada à melhor produtividade das companhias. André Gohn, diretor de energia da Braskem e vice-presidente do comitê de Energia da Amcham, afirma que o setor como um todo precisa de mais transparência e preços mais justos. “As empresas têm que lutar para que o custo da energia seja correto.”

“Em um momento em que a desindustrialização e o crescimento da economia do País dominam os debates, a energia vem passando à margem dos projetos do governo”, afirma. Ele defende que energia seja um tema prioritário, dado o “gigantesco impacto” que tem sobre a competitividade. 

“O mercado livre, hoje, é a mais simples, inteligível, saudável e robusta solução.”

Por: Marcel Gugoni

sexta-feira, 17 de agosto de 2012

Mercado Livre de energia deve alcançar 38% do mercado nacional

Atualmente o mercado livre de energia elétrica responde por 28% do consumo nacional e segue em expansão devendo atingir uma participação de 38% em 2015. 

A previsão do crescimento foi feita por Reginaldo Medeiros, presidente da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia – Abraceel, durante o 13º Encontro Internacional de Energia realizado pela Fiesp na última semana.


A Abraceel afirma que hoje são atendidos regularmente 1.300 clientes e que a estimativa é de existam 12 mil compradores em potencial para serem atendidos no país. 

“As vendas vão deslanchar quando for criada a figura do comercializador varejista, para atender consumidores de menor porte que estão fora do mercado porque não querem assumir sozinhos o custo de um equipamento de medição, por exemplo. 

Mas para isso dependemos de regulamentações por parte de órgãos oficiais’, explica Medeiros.

Nem sempre as intervenções do governo são bem-vindas pelo setor como foi o caso da publicação da Portaria nº455 do Ministério das Minas e Energia que determina a abertura dos preços dos contratos negociados no mercado livre para a Câmara de Comercialização de Energia (CCEE), e obriga os consumidores a efetivar a compra com a antecedência de um mês, a partir de julho de 2013.

“O avanço do mercado livre é uma realidade mundial. Ele já representa 100% do mercado energético da União Europeia, 65% dos Estados Unidos e está se consolidando no Japão. 

É uma tendência sem volta’, ressalta o presidente da Abraceel.

Matéria na íntegra – Valor Econômico

quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Mercado livre é opção para reduzir custos da indústria com energia


Maurício Corrêa, da Abraceel, o coordenador do Coinfra (FIEB), Marcos Galindo                                                    e a consultora Alexandra Susteras. Fotos: João Alvarez/Sistema FIEB.
As oportunidades e riscos de se comprar energia no mercado livre foram apresentados, na segunda-feira (13), no encontro da campanha 2012: Ano do Mercado Livre de Energia, promovida por nove entidades de classe do setor elétrico. 

O evento foi realizado na FIEB, que apoia a iniciativa cujo objetivo é mostrar às empresas como aumentar a sua competitividade por meio da redução da conta de luz.

Conduzida pela gerente de Estudos e Gestão de Energia da Andrade e Canellas, Alexandra Susteras, a apresentação englobou aspectos gerais para consumidores livres (tem demanda contratada de 3MW ou mais) e consumidores especiais (cuja demanda é de pelo menos 500 KW) mostrando como estão estruturados o Sistema Elétrico brasileiro e o mercado de energia nacional. 

“O insumo energia representa um diferencial de economia para as empresas, mas muitas delas ainda não sabem como buscá-lo no mercado livre, que tem um potencial de crescimento de 46%”, afirmou a consultora.

Alexandra descreveu os perfis desses consumidores diferenciados - entre os quais muitas das empresas industriais estão inseridas – e explicou como é feita a compra de energia diretamente com geradores, autoprodutores e comercializadores do insumo. 

“Diferentemente do que acontece na aquisição do serviço oferecido pelo mercado cativo, a comercialização no mercado livre é bilateral, feita por meio de contratos”, explicou.

A consultora Alexandra Susteras apresentou oportunidades e riscos do mercado livre.

Existem hoje mais de 10 mil corporações nos Pais habilitadas para essa categoria, pois têm gastos mensais com energia acima de R$ 100 mil. A principal vantagem desta forma de negociação é a usual prática de preços mais baixos do que os que são oferecidos pelo marcado cativo, algo que pode representar até 25% na redução de custos com energia.

No entanto, para realizar compras vantajosas, é preciso estudar o funcionamento do Sistema Elétrico e do mercado de energia, extremamente complexos. 

Além disso, para se tornar consumidor livre ou especial, é preciso se associar à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, que regula os preços oferecidos e contratados no mercado livre. “É preciso investir em informação, se dedicar ao assunto ou contratar uma consultoria especializada para aproveitar as vantagens, mas vale a pena”, enfatizou o diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), Maurício Corrêa, também presente ao evento.

A mesma opinião tem o gerente de produção e tecnologia da Acrinor (Unigel), Luiz Mascarenhas. 

“Para a unidade de Candeias utilizamos energia comprada no mercado livre desde 2004, um dos aspectos mais interessantes é a flexibilidade de negociação deste mercado”, contou.

Riscos – Assim como apresenta vantagens em prol da competitividade, o mercado livre têm riscos. Os principais deles são a exposição à variação do Preço de Liquidação das Diferenças (PDL), os preços na CCEE, a Inadimplência no Mercado de Curto Prazo (MCP), o crédito bilateral. Porém, de acordo com Alexandra Susteras, a maior parte desses riscos pode ser mitigada com acompanhamento do mercado e contratos bem elaborados. 

Veja a apresentação de Alexandra Susteras.


Sobre o Ano do Mercado Livre de Energia

A campanha “2012- Ano do Mercado Livre de Energia” nasceu com o objetivo de conscientizar autoridades públicas e agentes privados sobre a importância da negociação desregulamentada para a competitividade da indústria no País, bem como na blindagem contra a inflação.

O “Ano do Mercado Livre de Energia” é uma iniciativa das entidades Abeeólica (energia eólica), Abiape (investidores em autoprodução de energia), Abrace, (grandes consumidores industriais de energia e consumidores livres), Abraceel (comercializadores), Abragel (geração de energia limpa), Abragef (geração flexível), Abraget (geração térmica), Anace (consumidores de energia) e Apine (produtores independentes). 



quinta-feira, 2 de agosto de 2012

BNDES vai examinar financiamentos a projetos de geração no mercado livre

Comercializadoras poderão apresentar contratos de venda de energia como garantia
Da redação

Os comercializadores de energia elétrica poderão oferecer garantias para que projetos de energia renovável tenham financiamentos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). 


Segundo informações da Associação Brasileira de Comercializadores de Energia Elétrica (Abraeel), que participou de encontro com dirigentes da instituição de fomento, a proposta ainda está sendo finalizada no âmbito do banco e estabelece que as comercializadoras atuariam como uma espécie de catalisadores dos PPA´s (contratos de venda de energia) derivados de projetos de geração renovável, considerando os clientes especiais que essas empresas detêm em suas respectivas carteiras.

Ao BNDES caberia avaliar o risco da comercializadora, a garantia que ela daria ao projeto, o porte do agente, a efetiva garantia em honrar seus compromissos e os tipos de contratos que elas mantém com os consumidores. 

Entretanto, o banco se reservaria ao direito de examinar cada caso isoladamente.

O tema foi discutido em reunião realizada no dia 26 de julho, no Rio de Janeiro. 

A Abraceel foi representada pelo conselheiro José Amorim e por seu presidente, Reginaldo Medeiros. Também participaram dirigentes da Abeeólica, Abragel e da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Única) - que representam o setor eólico, de PCHs e de biomassa, respectivamente.

"Isso é um avanço porque, até então, o banco não aceitava financiar projetos para o mercado livre. 

Não é que ele esteja aceitando agora, mas vai analisar as operações", avalia Medeiros.

terça-feira, 31 de julho de 2012

BNDES vai examinar financiamentos para mercado livre

Os comercializadores de energia elétrica poderão oferecer garantias para projetos de energia renovável que tenham financiamentos do BNDES, segundo foi explicado durante a reunião realizada no dia 26 de julho, no Rio de Janeiro.


A proposta ainda está sendo finalizada no âmbito do BNDES e estabelece que as comercializadoras atuariam como uma espécie de catalisadores dos PPA´s derivados de projetos de energia renovável, considerando os clientes especiais que essas empresas detêm em suas respectivas carteiras.

Ao BNDES caberia avaliar o risco da comercializadora, a garantia que a comercializadora daria ao projeto, o porte do comercializador, a efetiva garantia em honrar seus compromissos e os tipos de contratos que mantém com os consumidores. 

Entretanto, o banco se reserva ao direito de examinar cada caso isoladamente.

A Abraceel foi representada pelo conselheiro José Amorim e por Reginaldo Medeiros. Também participaram dirigentes da Abeeólica, Abragel e da União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Única). 

"Isso é um avanço, porque até então, o banco não aceitava financiar projetos para o mercado livre. 

Não é que ele esteja aceitando agora, mas vai analisar as operações", declarou Medeiros.

Mercado livre é saída para baratear energia

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Não bastassem os desafios que a grande maioria conhece, os empresários brasileiros ainda têm que produzir com competitividade mesmo diante de uma política trabalhista arcaica e pagando pela energia elétrica o dobro da média mundial. 

Pelo menos no aspecto da tarifa há mudanças importantes que começam a ganhar corpo no País. 

Oportunidades do mercado livre de energia foi o tema que trouxe à Acic, na noite de quinta-feira, a gerente de Negócios da Electra Energy, de Curitiba, Neide Alves Dalla Vecchia.

O surgimento de empresas como a Electra resulta de uma reestruturação que retiram a exclusividade, por parte dos consumidores, de compra de energia apenas das distribuidoras locais - estatais como a Copel. 

Aos grandes consumidores, com fatura acima dos R$ 50 mil mensais, já é possível contratar o serviço de fornecimento do setor privado, empresas que atuam na geração a partir de matrizes limpas, como a hidráulica, eólica, solar e resultante da biomassa. 

Além da redução da tarifa entre 12% e 20%, a diminuição depende de consumo e fatores técnicos, há outras vantagens na compra a partir do mercado livre.

Neide informou que um dos principais diferenciais é pagar preço igual em todos os horários de fornecimento. 

Difere do sistema convencional, que aplica tabelas distintas durante o dia, a exemplo do que ocorre no chamado horário de pico - início da noite. 

Por enquanto, a lei em vigor permite apenas que grandes consumidores optem por comprar energia de empresas privadas, mas esse é um benefício que deveria, e logo, assistir a todos, entende o presidente do Conselho Superior da Acic, Alvaro Largura. 

"É um absurdo o que se paga de energia no Brasil, no mínimo o dobro de qualquer país desenvolvido", afirmou.

Investimento
A mudança do sistema convencional para o privado não requer grandes investimentos do comprador, informa Neide. A forma de recepção é a mesma da que é usada hoje, sem nenhuma substituição. 

É necessário, no entanto, comprar equipamentos para medição e faturamento. 

No entanto, como a Copel, no caso do Paraná, continuará a fazer a distribuição, ela custeará o valor dos equipamentos. 

Ao cliente final caberá apenas adquirir um sistema para backup.

Vantagens
Além de valor único de cobrança em qualquer horário de fornecimento, o consumidor ainda poderá fazer aquisições de curto, médio e longo prazos, definir aspectos de consumo segundo a sazonalidade do negócio e ter acesso a uma energia limpa, o que acaba por facilitar a integração da empresa aos conceitos das normas de qualidade. 

Há um mecanismo possível também que permite a médias e pequenas empresas ter acesso aos benefícios do mercado livre de energia, é a formação de um pool para que a soma de consumo compense a mudança. 

Todo o processo, o que também garante a solidez do sistema, é acompanhado pelo Ministério de Minas e Energia, agência reguladora e conselhos.

Legenda da foto: A gerente de Negócios da Electra Energy, Neide Dalla Vecchio, que apresentou informações a empresários na Acic - Crédito: César Machado/Vale Press