terça-feira, 31 de julho de 2012

Mercado livre é saída para baratear energia

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Não bastassem os desafios que a grande maioria conhece, os empresários brasileiros ainda têm que produzir com competitividade mesmo diante de uma política trabalhista arcaica e pagando pela energia elétrica o dobro da média mundial. 

Pelo menos no aspecto da tarifa há mudanças importantes que começam a ganhar corpo no País. 

Oportunidades do mercado livre de energia foi o tema que trouxe à Acic, na noite de quinta-feira, a gerente de Negócios da Electra Energy, de Curitiba, Neide Alves Dalla Vecchia.

O surgimento de empresas como a Electra resulta de uma reestruturação que retiram a exclusividade, por parte dos consumidores, de compra de energia apenas das distribuidoras locais - estatais como a Copel. 

Aos grandes consumidores, com fatura acima dos R$ 50 mil mensais, já é possível contratar o serviço de fornecimento do setor privado, empresas que atuam na geração a partir de matrizes limpas, como a hidráulica, eólica, solar e resultante da biomassa. 

Além da redução da tarifa entre 12% e 20%, a diminuição depende de consumo e fatores técnicos, há outras vantagens na compra a partir do mercado livre.

Neide informou que um dos principais diferenciais é pagar preço igual em todos os horários de fornecimento. 

Difere do sistema convencional, que aplica tabelas distintas durante o dia, a exemplo do que ocorre no chamado horário de pico - início da noite. 

Por enquanto, a lei em vigor permite apenas que grandes consumidores optem por comprar energia de empresas privadas, mas esse é um benefício que deveria, e logo, assistir a todos, entende o presidente do Conselho Superior da Acic, Alvaro Largura. 

"É um absurdo o que se paga de energia no Brasil, no mínimo o dobro de qualquer país desenvolvido", afirmou.

Investimento
A mudança do sistema convencional para o privado não requer grandes investimentos do comprador, informa Neide. A forma de recepção é a mesma da que é usada hoje, sem nenhuma substituição. 

É necessário, no entanto, comprar equipamentos para medição e faturamento. 

No entanto, como a Copel, no caso do Paraná, continuará a fazer a distribuição, ela custeará o valor dos equipamentos. 

Ao cliente final caberá apenas adquirir um sistema para backup.

Vantagens
Além de valor único de cobrança em qualquer horário de fornecimento, o consumidor ainda poderá fazer aquisições de curto, médio e longo prazos, definir aspectos de consumo segundo a sazonalidade do negócio e ter acesso a uma energia limpa, o que acaba por facilitar a integração da empresa aos conceitos das normas de qualidade. 

Há um mecanismo possível também que permite a médias e pequenas empresas ter acesso aos benefícios do mercado livre de energia, é a formação de um pool para que a soma de consumo compense a mudança. 

Todo o processo, o que também garante a solidez do sistema, é acompanhado pelo Ministério de Minas e Energia, agência reguladora e conselhos.

Legenda da foto: A gerente de Negócios da Electra Energy, Neide Dalla Vecchio, que apresentou informações a empresários na Acic - Crédito: César Machado/Vale Press