sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Mercado livre tem maior demanda do ano e consome 15,8GW em outubro


Segmento foi responsável por 26,2% do consumo total de energia no País

São Paulo – O mercado livre de energia, onde estão os maiores consumidores do País, teve em outubro a maior demanda do ano, de 15.808 megawatts (MW) médios. 

O número representa um crescimento de 6,4% em relação ao mesmo mês do ano passado. 

Com isso, o segmento foi o responsável por 26,2% do total de eletricidade utilizado no mês, que alcançou 60.262MW médios. 

Os números estão na última edição do boletim InfoMercado, divulgada hoje pela Câmara de Comercialização de Energia Elétrica – CCEE.

Os consumidores livres, que possuem demanda a partir de 3MW, e os especiais, que demandam entre 500kW e 3MW, foram os responsáveis pela maior parte dessa carga – 11.218MW. Juntas, essas categorias somavam, ao final de outubro, 1.521 agentes. 

A expansão no número de agentes frente a outubro de 2011 é de quase 43%.

Com isso, a Câmara de Comercialização contabilizou 16.793 contratos de compra e venda de energia elétrica, com a movimentação de 83.894MWmédios. 

Os termos registrados apresentaram alta de 23,8% frente a outubro de 2011. A maior parte deles (79,11%) é de longo prazo, com duração acima de seis meses.

Já a geração de energia, que atingiu 60.375MWmédios em outubro, foi 6,7% maior do que no mesmo mês do ano passado. 

A predominância foi das hidrelétricas, com 44.665MW médios (77% do total), e das termelétricas, que produziram 13.139MW médios (21,76%). 

Em seguida, aparecem os parques eólicos, que entregaram 771MW médios (1,28%) - o que representou um aumento de 62% no volume de energia proveniente desta fonte.

A garantia física das usinas existentes soma, na média móvel dos últimos 12 meses, 59.780MW médios. Com isso, ficou assegurada uma folga de 2,72% entre a garantia física e o consumo médio do período.

Clique aqui para acessar a íntegra do InfoMercado.

O Info Mercado
O Info Mercado é um boletim mensal que traz os principais resultados das operações contabilizadas no âmbito da CCEE. Cada edição é divulgada com intervalo de dois meses após o mês de referência da contabilização, tempo necessário à apuração dos dados.
A publicação do Info Mercado vai ao encontro do objetivo da CCEE de fornecer ao mercado informações transparentes sobre o setor de energia elétrica no País.
Sobre a CCEE
A Câmara de Comercialização de Energia Elétrica - CCEE (www.ccee.org.br) é responsável por viabilizar e gerenciar a comercialização de energia elétrica no país, garantindo a segurança e o equilíbrio financeiro deste mercado. A CCEE é uma associação civil sem fins lucrativos, mantida pelas empresas que compram e vendem energia no Brasil. 

O papel da CCEE é fortalecer o ambiente de comercialização de energia - no ambiente regulado, no ambiente livre e no mercado de curto prazo - por meio de regras e mecanismos que promovam relações comerciais sólidas e justas para todos os segmentos do setor (geração, distribuição, comercialização e consumo). 

A CCEE atua em conjunto com outras instituições e órgãos governamentais que compõem a governança do setor para assegurar um modelo sustentável de energia no país, capaz de estimular o crescimento da economia do Brasil e, ao mesmo tempo, garantir um preço acessível ao consumidor.

Mais informações
Assessoria de Imprensa da CCEE – Textual Comunicação

Atendimento
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terça-feira, 18 de dezembro de 2012

Mercado Livre pode atender 45% do consumo elétrico

Apesar da renovação das concessões de diversos ativos de geração e transmissão de energia, definida pela presidente Dilma Rousseff com a Medida Provisória 579, que deve baratear o custo do insumo para os consumidores cativos, o mercado livre projeta crescimento.


Esse segmento é formado por grandes clientes, que possuem demandas acima de 0,5 MW e podem, pela lei, escolher de quem vão comprar a energia. As empresas que têm de 0,5 MW a 3 MW de demanda podem adquirir no mercado livre desde que de fontes incentivadas (eólica, PCHs e biomassa). 

Acima desse patamar, pode ser aproveitado qualquer tipo de geração.

O presidente da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), Charles Lenzi, destaca que o mercado livre ainda verifica um enorme espaço para se expandir. Ele ressalta que os cerca de 1,1 mil consumidores que compõe o setor representam hoje 27% de todo o mercado de energia elétrica no País. 

O executivo estima que, com as regras atuais, o segmento pode ser responsável por 40% a 45% de todo o consumo de eletricidade, alcançando em torno de 10 mil consumidores. Esse resultado poderia ser atingido em um prazo de cinco a dez anos. “Percebemos que cada vez mais há clientes manifestando o interesse de fazer a opção de ir para o mercado livre”, diz. 

De acordo com Lenzi, a economia de energia com a iniciativa depende da classe de consumo, entre outras questões, mas fica em uma média de 10% a 15%.

No entanto, o dirigente salienta que é importante o aperfeiçoamento da legislação. Ele enfatiza que do jeito que foi proposta a MP 579, o consumidor que está no mercado livre, aparentemente, só terá redução da sua conta de luz nos componentes da tarifa relacionados à transmissão e aos encargos, mas não quanto ao custo de geração. 

Para Lenzi, os benefícios com a diminuição do custo de produção de energia deveriam ser distribuídos de forma proporcional para os mercados livre e cativo. Ele sustenta que ainda é possível fazer aprimoramentos na medida provisória para comtemplar os dois segmentos.

O consultor da Andrade e Canellas Energia Alexandre Furstenberger argumenta que a maior parte da expansão do mercado livre nos próximos anos deverá ser feita por consumidores com demandas de 0,5 MW a 3 MW, como shopping centers, hospitais, entre outros. 

Furstenberger não descarta que ocorra uma desaceleração da migração ao mercado livre devido a uma retração na tarifa de energia dos cativos com a MP 579. Porém, ele também crê que algumas emendas poderão ser apresentadas para equilibrar a questão.

O presidente da Bio Energias, Felipe Barroso, aponta que o mercado livre de energia movimenta negócios da ordem de R$ 30 bilhões por ano. No entanto, ele comenta que, ao contrário de outros países, o Brasil conta com uma legislação bastante restritiva na área. “Na Europa, por exemplo, até o consumidor residencial tem liberdade para escolher a empresa que vai lhe fornecer energia”, diz Barroso.

O dirigente concorda que a MP 579 deveria ter contemplado a distribuição isonômica da chamada energia velha entre o ambiente de contratação livre e o de contratação regulado. 

“Porém, como algumas grandes geradoras estaduais não aderiram à renovação, a competitividade de mercado livre não será muito afetada”, aposta ele.

Como forma de ressaltar as vantagens da migração para o mercado livre, a Bio Energias colocou em seu site (www.bioenergias.com.br) um contador medindo a economia de energia com a ação. 

Também com a intenção de promover esse segmento, a Fiergs recebeu ontem uma palestra dentro da campanha 2012 - O Ano do Mercado Livre de Energia, promovida por nove entidades do setor, em parceria com a consultoria Andrade e Canellas.

Votação de medida provisória que altera indenização fica para 2013

A votação da medida provisória que aumenta a indenização das transmissoras de energia (MP 591), que aderiram ao plano de renovação das concessões que vencem entre 2015 e 2017, foi adiada para 2013. 

Líder do governo no Congresso, o senador José Pimentel (PT-CE) informou que só serão apreciadas neste ano as medidas provisórias até o número 588. A decisão foi fruto de um acordo político, entre os partidos, não detalhado pelo senador. 

Com o acordo, a MP que trata das renovações das concessões do setor elétrico (MP 579), deve ser apreciada ainda em 2012, mas a 591, que é complementar à primeira, será votada apenas a partir de fevereiro. A MP 591 altera a fórmula da MP 579 para calcular a indenização das transmissoras de energia. 

Antes, os investimentos anteriores a 2000 feitos pelas empresas seriam considerados amortizados e não entrariam no cálculo do governo.
MP avança sem mudança em prazo para adesão

O Congresso aprovou ontem a MP 579, que prevê a renovação das concessões do setor elétrico, com alterações feitas pelo relator Renan Calheiros (PMDB-AL). 

Uma das mudanças prevê uma perda de arrecadação de R$ 100 milhões para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O texto, que era analisado em comissão mista especial, passa agora para votação no plenário da Câmara e depois do Senado. 

Pouco antes da aprovação, o relator da MP 579, Renan Calheiros, voltou atrás e decidiu retirar o prazo de 30 dias que permitiria às empresas do setor elétrico tempo maior para aderir às normas da MP.

O anúncio da proposta foi feito pela manhã, quando o relator leu as alterações que previam sobre a medida provisória. A criação desta janela seria uma alternativa para que companhias importantes, como a Cesp e a Cemig, pudessem repensar a decisão e aderir ao novo plano presidencial. 

À tarde, no entanto, após pedido de vista coletivo pelos integrantes da comissão que analisam a MP, o relator decidiu voltar essa parte do texto ao modelo anterior. Ao tentar se justificar, o senador foi confuso e misturou temas distintos. 

Segundo ele, a intenção de permitir os 30 dias para adesão serviria para aclarar o processo. No entanto, os parlamentares entenderam essa extensão do prazo como uma forma de revisar os contratos e buscar a renovação pelo modelo anterior à MP, ou seja, sem reduzir os preços.

FONTE: Jornal do Comércio – RS

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

Mercado livre pode atender 45% do consumo elétrico

Com 27% dos consumidores, meta é quase dobrar em dez anos

Jefferson Klein
MARCO QUINTANA/JC
Lenzi defende alterações na MP 579 para impulsionar investimentos

Apesar da renovação das concessões de diversos ativos de geração e transmissão de energia, definida pela presidente Dilma Rousseff com a Medida Provisória 579, que deve baratear o custo do insumo para os consumidores cativos, o mercado livre projeta crescimento. 

Esse segmento é formado por grandes clientes, que possuem demandas acima de 0,5 MW e podem, pela lei, escolher de quem vão comprar a energia. 

As empresas que têm de 0,5 MW a 3 MW de demanda podem adquirir no mercado livre desde que de fontes incentivadas (eólica, PCHs e biomassa). 

Acima desse patamar, pode ser aproveitado qualquer tipo de geração.

O presidente da Associação Brasileira de Geração de Energia Limpa (Abragel), Charles Lenzi, destaca que o mercado livre ainda verifica um enorme espaço para se expandir. Ele ressalta que os cerca de 1,1 mil consumidores que compõe o setor representam hoje 27% de todo o mercado de energia elétrica no País. 

O executivo estima que, com as regras atuais, o segmento pode ser responsável por 40% a 45% de todo o consumo de eletricidade, alcançando em torno de 10 mil consumidores. Esse resultado poderia ser atingido em um prazo de cinco a dez anos. 

“Percebemos que cada vez mais há clientes manifestando o interesse de fazer a opção de ir para o mercado livre”, diz. De acordo com Lenzi, a economia de energia com a iniciativa depende da classe de consumo, entre outras questões, mas fica em uma média de 10% a 15%.

No entanto, o dirigente salienta que é importante o aperfeiçoamento da legislação. Ele enfatiza que do jeito que foi proposta a MP 579, o consumidor que está no mercado livre, aparentemente, só terá redução da sua conta de luz nos componentes da tarifa relacionados à transmissão e aos encargos, mas não quanto ao custo de geração. 

Para Lenzi, os benefícios com a diminuição do custo de produção de energia deveriam ser distribuídos de forma proporcional para os mercados livre e cativo. Ele sustenta que ainda é possível fazer aprimoramentos na medida provisória para comtemplar os dois segmentos.

O consultor da Andrade e Canellas Energia Alexandre Furstenberger argumenta que a maior parte da expansão do mercado livre nos próximos anos deverá ser feita por consumidores com demandas de 0,5 MW a 3 MW, como shopping centers, hospitais, entre outros. 

Furstenberger não descarta que ocorra uma desaceleração da migração ao mercado livre devido a uma retração na tarifa de energia dos cativos com a MP 579. Porém, ele também crê que algumas emendas poderão ser apresentadas para equilibrar a questão.

O presidente da Bio Energias, Felipe Barroso, aponta que o mercado livre de energia movimenta negócios da ordem de R$ 30 bilhões por ano. No entanto, ele comenta que, ao contrário de outros países, o Brasil conta com uma legislação bastante restritiva na área. 

“Na Europa, por exemplo, até o consumidor residencial tem liberdade para escolher a empresa que vai lhe fornecer energia”, diz Barroso. 

O dirigente concorda que a MP 579 deveria ter contemplado a distribuição isonômica da chamada energia velha entre o ambiente de contratação livre e o de contratação regulado. 

“Porém, como algumas grandes geradoras estaduais não aderiram à renovação, a competitividade de mercado livre não será muito afetada”, aposta ele.

Como forma de ressaltar as vantagens da migração para o mercado livre, a Bio Energias colocou em seu site (www.bioenergias.com.br) um contador medindo a economia de energia com a ação. Também com a intenção de promover esse segmento, a Fiergs recebeu ontem uma palestra dentro da campanha 2012 - O Ano do Mercado Livre de Energia, promovida por nove entidades do setor, em parceria com a consultoria Andrade e Canellas.

Votação de medida provisória que altera indenização fica para 2013

A votação da medida provisória que aumenta a indenização das transmissoras de energia (MP 591), que aderiram ao plano de renovação das concessões que vencem entre 2015 e 2017, foi adiada para 2013. 

Líder do governo no Congresso, o senador José Pimentel (PT-CE) informou que só serão apreciadas neste ano as medidas provisórias até o número 588. A decisão foi fruto de um acordo político, entre os partidos, não detalhado pelo senador. 

Com o acordo, a MP que trata das renovações das concessões do setor elétrico (MP 579), deve ser apreciada ainda em 2012, mas a 591, que é complementar à primeira, será votada apenas a partir de fevereiro. 

A MP 591 altera a fórmula da MP 579 para calcular a indenização das transmissoras de energia. Antes, os investimentos anteriores a 2000 feitos pelas empresas seriam considerados amortizados e não entrariam no cálculo do governo.

MP avança sem mudança em prazo para adesão

O Congresso aprovou ontem a MP 579, que prevê a renovação das concessões do setor elétrico, com alterações feitas pelo relator Renan Calheiros (PMDB-AL). 

Uma das mudanças prevê uma perda de arrecadação de R$ 100 milhões para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O texto, que era analisado em comissão mista especial, passa agora para votação no plenário da Câmara e depois do Senado. 

Pouco antes da aprovação, o relator da MP 579, Renan Calheiros, voltou atrás e decidiu retirar o prazo de 30 dias que permitiria às empresas do setor elétrico tempo maior para aderir às normas da MP.

O anúncio da proposta foi feito pela manhã, quando o relator leu as alterações que previam sobre a medida provisória. A criação desta janela seria uma alternativa para que companhias importantes, como a Cesp e a Cemig, pudessem repensar a decisão e aderir ao novo plano presidencial. 

À tarde, no entanto, após pedido de vista coletivo pelos integrantes da comissão que analisam a MP, o relator decidiu voltar essa parte do texto ao modelo anterior. 

Ao tentar se justificar, o senador foi confuso e misturou temas distintos. Segundo ele, a intenção de permitir os 30 dias para adesão serviria para aclarar o processo. 

No entanto, os parlamentares entenderam essa extensão do prazo como uma forma de revisar os contratos e buscar a renovação pelo modelo anterior à MP, ou seja, sem reduzir os preços.