quinta-feira, 28 de março de 2013

Aneel destrava negócios no mercado livre de energia

A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) decidiu manter a sazonalização das geradoras de energia já realizada em 2013, em decisão na reunião da diretoria desta terça-feira. 


A medida deve destravar os negócios no mercado livre de energia, que desde a semana passada aguardava a autorização da agência para voltar a operar.


“Precisamos tomar uma decisão que seja menos traumática para o mercado. 

Isso significa manter a sazonalização já feita e verificar com a CCEE o prazo para restabelecer a normalidade”, disse o diretor-geral da Aneel, Romeu Rufino, em entrevista coletiva após a reunião.

A agência ainda determinou que a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) liquide a contabilização no mercado de curto prazo de energia em janeiro de 2013, operação que estava paralisada. 


Com essa liberação, as operações do mercado de curto prazo de energia voltam ao normal.

A área técnica da Aneel vai propor em até 60 dias novas regras de alocação de energia das geradoras para 2014.

O diretor da Aneel, André Pepitone, disse ainda que a agência vai analisar a possibilidade de que a usina hidrelétrica Itaipu também possa sazonalizar energia ao longo do ano.

A sazonalização consiste em um mecanismo em que as geradoras distribuem ao longo do ano como vão disponibilizar o lastro de sua geração de energia. 

É por meio dessa distribuição do lastro que elas planejam como vão lidar com os riscos relativos às diferenças de preço no mercado de curto prazo.

As informações são da Agência Reuter

quarta-feira, 20 de março de 2013

CE terá o maior parque solar do País neste ano


Novo projeto em Russas terá capacidade para abastecer uma cidade com cerca de 100 mil habitantes


O projeto já passou por audiência pública em Russas. Aguarda a avaliação da Chesf FOTO: CID BARBOSA



O Ceará deve abrigar, até o fim deste ano, o maior parque de energia solar do País. Ao todo, devem ser investidos R$ 60 milhões para a instalação de uma potência de 10 megawatts (MW) em Russas pela Kwara - empresa cearense que conta com sócios brasileiros em São Paulo e dos EUA. A construção do projeto tem previsão de ser iniciada até junho, deixando o Estado mais uma vez na vanguarda nacional da geração deste tipo de energia renovável. A capacidade do projeto deve ser o suficiente para abastecer uma cidade com cerca de 100 mil habitantes, de acordo com o diretor geral do empreendimento, Augusto César Rodrigues, e deve atender o mercado livre de energia, ou seja, deve comercializar o fornecimento com indústrias ou grandes empresas.

Área


Batizado de Kwara Solar Russas I, o parque conta com investimento próprio dos sócios e é planejado desde maio do ano passado. Para a construção, deve utilizar 47 hectares, dos 450 hectares do terreno já adquirido.

A localização, segundo o diretor, é estratégica. O terreno fica nas margens da BR 116, em Russas - A 165km de Fortaleza - e fica a 11 Km das subestações da Companhia Energética do Ceará (Coelce) e da Companhia Hidrelétrica do Rio São Francisco (Chesf), nas quais deve lançar a energia gerada.

"Ainda não estamos ofertando no mercado livre, mas quando tivermos, já temos prospecções. E o nosso cliente preferencial, provavelmente, deve ser o industrial", revelou o diretor Comercial, Luiz Duarte.

Outras usinas

A capacidade instalada de 10MW do empreendimento executado por Augusto é dez vezes maior que as outras duas plantas solares em atividade no Brasil. A primeira delas é o projeto de 1MW MPX, que opera em teste em Tauá. A segunda é a da CPFL Renováveis, em Tanquinhos, em Campinas, que tem 1,1MW.

Augusto contou ainda dos planos de montar, em Russas, um laboratório para trabalhar a durabilidade e o rendimento dos painéis e demais equipamentos usados. "O que acontece é que você não tem hoje, no Brasil, o que realmente ocorre numa placa instalada aqui. Todas as medições são feitas do exterior", diz.

Documentação exigida

Sobre os documentos necessários para iniciar a obra no meio deste ano, o diretor de Operações da Kwara, Edilberto Rodrigues, conta que o projeto já tem a avaliação da Coelce e teve também a audiência pública realizada em Russas. Agora, aguarda a avaliação da Chesf. Os documentos são exigidos para a chamada consulta de acessibilidade. Todos devem ser encaminhados para a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) junto com o licenciamento ambiental.

"Esses procedimentos correm juntos e não devem ter muitos empecilhos. O prazo legal da Chesf, por exemplo, é de 180 dias, mas acreditamos que saia antes por não ter tanta demanda para aquela área, além de ser um projeto de visibilidade", aposta.

No entanto, a instalação dos 10MW de capacidade fazem parte apenas da primeira fase do empreendimento. A ideia é executar três projetos consecutivos com 30MW de potência instalada cada, todas viabilizadas financeiramente a partir de leilões.

"Muitos investidores vêm estudando a possibilidade de esperar pelo leilão ou avançar investindo na construção da usina. É uma coisa que pode até mudar de rota, mas nosso direcionamento é iniciar o projeto da Kwara Solar Russas II a partir do posicionamento do governo a respeito do leilão", ressaltou o diretor de operações.

A expectativa dele é de que os pleitos ocorram entre 2014 e 2015, já que os rumores de os leilões para energia solar fossem feitos no ano passado não se tornaram verdade - "e isso assustou muito o investidor". Com a ampliação, o projeto vai saltar para 100MW de potência instalada e terá o investimento multiplicado por 10, chegando perto dos R$ 600 milhões. Com a oferta, ele disse esperar da geração para o mercado livre de energia a maior e mais forte fonte de negócios da empresa em todas as praças nas quais atuam.

Além da geração de energia para o mercado livre, a Kwara atua também na manutenção e elaboração de projetos elétricos e, agora, planeja entrar na micro e minigeração (para atender residências e pequenos negócios).

Armando de Oliveira Lima

Repórter