terça-feira, 23 de setembro de 2014

Grupo suíço compra fatia de comercializadora de energia


A suíça DufEnergy, braço de energia e petróleo do grupo de commodities Duferco, comprou 37,5% da comercializadora de energia Matrix, fundada em março deste ano. 

A empresa representa o retorno dos executivos Claudio Monteiro da Costa e José Amorim, que venderam em 2010 a Coomex para o banco BTG Pactual, ao setor de comercialização. Até o início de 2013, Amorim e Costa geriram o negócio dentro do BTG.

A Matrix, embora ainda seja uma startup, espera faturar R$ 500 milhões neste ano, em comparação aos R$ 800 milhões de receita que a Coomex tinha pouco antes da venda para o BTG. 

A empresa atuará com contratos negociados dentro do mercado livre de energia do País, que concentra 27% do volume brasileiro, segundo a Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel).

De acordo com Costa, a Matrix começou a ser montada a partir de outubro de 2013, quando terminou a cláusula que impedia que os executivos competissem com o BTG no segmento. 

Um dos primeiros passos foi a busca da parceria com o grupo suíço. "É uma sociedade que nos diferencia em termos de estrutura de capital, de gestão de risco e de marca", explica o sócio brasileiro.

Em um acordo fechado em fevereiro deste ano, ainda antes do início das operações da Matrix, o grupo suíço concordou em ficar com 10% do negócio. 

Depois dos primeiros resultados, explicou Maurizio Cencioni, diretor financeiro da Duf Energy, o porcentual da participação foi revisto.

Para a DufEnergy, que movimenta, no mundo, 4 bilhões com a comercialização de energia e de óleo e gás, a associação com a Matrix representará o primeiro passo fora da Europa, onde o mercado, apesar de bem mais desenvolvido, oferece margens baixas. 

Para Cencioni, no entanto, a volatilidade do mercado brasileiro, embora represente riscos, também pode ser uma oportunidade de ganhos superiores aos europeus.

Concorrência

A Abraceel tem 65 empresas comercializadoras de energia sob seu guarda-chuva, responsáveis por movimentar 98% da energia negociada no mercado livre. Segundo o presidente da associação, Reginaldo Medeiros, o perfil é bastante heterogêneo: vão de "traders" como a Matrix, passando por estatais (Petrobras e Eletrobras) e geradoras e distribuidoras de energia (como AES e CPFL). 

As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.

terça-feira, 16 de setembro de 2014

Leilão de energia em novembro vira tábua de salvação do setor

Indústrias de máquinas esperam nova onda de encomendas das usinas, que têm obtido ganhos apenas na cogeração

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O ânimo do empresariado de Sertãozinho só melhora quando o assunto é o leilão de compra de energia nova, marcado pelo Ministério de Minas e Energia para o próximo 30 de novembro. 

No curto prazo, a iniciativa traz perspectivas de registro ou ampliação do lucro para as usinas e de novas encomendas de equipamentos para a indústria local de bens de capital. Para os sindicatos, surge como possível reversão da onda de desemprego no setor sucroalcooleiro.

“Com um contrato como esse, o usineiro consegue crédito e vai direto para a indústria encomendar novas caldeiras”, explicou Antônio Tonielo, conhecido em Sertãozinho como Tonho, presidente do Centro Nacional das Indústrias do Setor Sucroenergético e Biocombustíveis (Ceise-Br). “Se conseguir gerar energia antes de 2019, poderá vender a eletricidade no mercado livre, que paga preço mais alto, por um bom período”, completou Sidnei Galloro, gerente comercial da Caldema Equipamentos Industriais.
O risco, segundo os empresários, está em uma nova postergação desse leilão, o A5, previsto inicialmente para 12 de setembro. Outra ameaça estaria no preço máximo a ser definido. Se a remuneração for menor do que R$ 180 por megawatt (MW), as usinas dificilmente vão se interessar pelo negócio.
A Usina São Francisco, do Grupo Balbo, considera o leilão uma “sacada genial” para reativar o setor. Pioneira no ramo, investiu R$ 65 milhões desde 1987 na cogeração de energia. Atualmente, gera 22 megawatts médios, dos quais 16 são transferidos para o sistema. Do resultado líquido do grupo, no azul, 90% vêm da cogeração de energia. A expectativa de Jairo Balbo, diretor industrial da São Francisco, é de preço em torno de R$ 195 por megawatt (MW) – abaixo do mercado livre.
“Nossa contribuição é importante porque geramos energia na seca, quando os reservatórios das hidrelétricas estão baixos”, afirmou. “O novo leilão não afasta a necessidade de o governo definir a matriz energética. O setor sucroalcooleiro gera 1 milhão de empregos, e a Petrobrás, cerca de 60 mil.”
Para as usinas, a geração elétrica tornou-se “tábua de salvação” nos últimos anos, segundo Tonielo. Com a competitividade baixa do álcool nos postos de combustíveis e os preços do açúcar em queda no mercado internacional, a oferta de eletricidade tem garantido o lucro das usinas que investiram nesse ramo – 384 das cerca 450 do País. “É onde o usineiro tem ganhado.”
Segundo Galloro, o leilão tenderá a ditar o investimento do setor nos próximos anos. Muitas usinas poderão tirar de suas gavetas projetos desenhados em meados da década passada, quando o governo estimulava o setor. A União da Indústria da Cana-de-Açúcar (Unica) prevê que, em 2020, a contribuição do setor será de 13.158 MW médios, o equivalente a 14% da matriz energética brasileira. Hoje, não passa de 6,99%, ou 9.726 MW, segundo a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
“O resultado do leilão definirá se a usina vai tirar da gaveta seu projeto de investimento em energia”, afirmou. “Se o leilão fracassar, o setor sucroalcooleiro vai para o vinagre.”
Linhas. Embora seja sinônimo de bom negócio, a geração de energia não está isenta das queixas dos usineiros, ainda frustrados com a resistência do governo federal em organizar leilões específicos para o setor. Tonielo critica também o fato de caber às usinas, e não ao governo, o investimento nas linhas de transmissão até a conexão com o sistema integrado nacional.
Não se trata apenas do custo de milhões de reais, lembra ele, mas também da “dor de cabeça” causada pelo traçado, que muitas vezes corta mais de uma fazenda. “Já houve caso de o linhão passar no meio de um curral. Mesmo perdendo a causa na Justiça, o fazendeiro esperou o pessoal da obra com o revólver na mão”, disse.
(Fonte: O Estado de S.Paulo)

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quinta-feira, 4 de setembro de 2014

Ampliação do mercado livre de energia impactaria em tarifas mais estáveis

Ampliação do mercado livre de energia impactaria em tarifas mais estáveis

Estudos realizados pela Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia Elétrica (Abraceel) mostram que atualmente os consumidores livres e especiais correspondem a 27% de todo o consumo de energia no Brasil, o que representa em torno de 64.700 MW médios em 2014. 

Segundo a instituição, esta fatia poderia aumentar em 5% o consumo do mercado livre e 14% nos especiais. 

“É importante lembrar também que os consumidores livres congregam 60% do PIB industrial nacional. Este percentual justifica a nossa luta para a isonomia entre os ambientes livre e cativo”, afirma Walfrido Avila, presidente da Trade Energy.

A Lei 9.074/95, criada em 1.995, permite que após oito anos de sua implementação, ou seja, desde 2003, o poder concedente reduza os critérios e limites de tensão para ampliar o mercado livre. 

Além disso, também previa a liberdade de escolha pelo fornecedor de energia. “Porém, este fato está longe da realidade, pois o Ministério de Minas e Energia e a Empresa de Pesquisa Energética alegam que esta expansão prejudicaria a contratação no ambiente regulado”, declara Avila.

A Trade Energy está de acordo com o ponto de vista da Abraceel. “A ampliação fortaleceria o setor de energia por aumentar a concorrência e o dinamismo do segmento, favorecendo, inclusive, o mercado regulado”, acrescenta o presidente.

Outro aspecto revelado pelo executivo indica que, se o mercado livre fosse mais amplo, as tarifas reguladas teriam menores impactos, demandando menos recursos do Tesouro Nacional. 

“O momento pelo qual o setor elétrico vem passando exigiu os aportes de recursos públicos para sanar os problemas financeiros das distribuidoras, para fazer frente às despesas elevadas, em função do alto PLD e do custo da geração térmica. 

Em paralelo, o ambiente livre também teve que enfrentar os mesmos problemas, mas sem nenhum auxílio, porque é responsável pela gestão dos próprios riscos”, comenta o executivo.

A solução, segundo Avila, seria, novamente, a permissão às distribuidoras de contratarem a própria energia, por meio de leilões organizados por elas. 

“Assim, acabaria definitivamente com o conceito da exposição involuntária, e a possibilidade da participação dos demais agentes nos leilões do ambiente de contratação regulado acabaria com a re serva de mercado das usinas hidrelétricas”, finaliza.


quinta-feira, 28 de agosto de 2014

Consumo de energia no mercado livre cresce 2,2% em julho




O consumo de energia no mercado livre, representado por grandes consumidores, cresceu 2,2% em julho, na comparação com o mês anterior, de acordo com o Índice Setorial Comerc. 

Na comparação com julho do ano passado, houve retração de 2,15%. 

O indicador, elaborado pela gestora independente de energia Comerc, considera dados de consumo de 540 unidades sob administração da empresa no mercado livre de energia.

Esta é a primeira vez que o consumo de energia no mercado livre cresce na comparação com o mês anterior desde fevereiro. Nos meses seguintes, foram quatro quedas: -3,27% em março, -0,35% em abril, -1,55% em maio e -3,33% em junho.

"Uma possível explicação para este aumento é que o mês de julho teve três dias úteis a mais do que junho", destacou a Comerc. 

Outra razão para a expansão na comparação entre julho e junho está na realização da Copa do Mundo no Brasil, evento apontado por indústrias como razão para a desaceleração no ritmo de atividade, oriunda de paradas, férias e folgas programadas no setor produtivo.

O resultado de julho foi impulsionado principalmente pelos segmentos de eletroeletrônicos (+11,36%), veículos e autopeças (+6,74%) e alimentos (+6,31%). 

O segmento de material de construção civil, por outro lado, registrou queda de 7,56% no consumo de energia.

"Foi revogada representação do BoNY na Argentina", declarou Capitanich em coletiva de imprensa na Casa Rosada.

A decisão foi adotada por resolução 437 da Superintendência de Entidades Financeiras do Banco Central da República Argentina (BCRA), informou.

"Previamente, a Argentina intimou e denunciou o contrato com o agente fiduciário, o BoNY, por descumprimento de contrato e, em virtude disso, planeja a substituição do agente fiduciário", acrescentou Capitanich.

Na semana passada, a presidente Cristina Kirchner enviou um projeto de lei ao Congresso para oferecer aos credores da dívida reestruturada uma mudança de sede para que os pagamentos sejam feitos por uma conta de um banco estatal de Buenos Aires, diante da impossibilidade de cumprir seus compromissos no BoNY.

A iniciativa argentina, que deve ser aprovada pelo Congresso de maioria governista apesar de grande parte da oposição ter antecipado seu voto negativo, tenta abarcar os 93% dos credores que aderiram à renegociação da dívida em 2005 e 2010 e os 7% que rejeitaram.

Capitanich confirmou nesta terça-feira que o investidor George Soros entrou com uma ação na justiça contra o BoNY por descumprimento do pagamento dos títulos argentinos no valor de 226 milhões de euros. 

A ação judicial se soma a uma outra apresentada contra o BoNY no judiciário do Rio de Janeiro.

O último depósito, realizado em julho no valor de 539 milhões de dólares, a favor dos credores da dívida reestruturada foi bloqueado no BoNY por ordem do juiz de Nova York, Thomas Griesa, sob a alegação de que a Argentina descumpriu uma sentença que a obriga a pagar os fundos especulativos os 100% da dívida de 1,33 bilhão de dólares.

O vencimento da dívida expirou e país foi declarado em moratória parcial por agências de classificação de risco.

O próximo vencimento será no dia 30 de setembro.

segunda-feira, 7 de julho de 2014

Comissão Mista aprova MP da Comercialização de Energia Elétrica




A MP 641/14, que tornou mais rápida a integração de usinas de energia ao Sistema Interligado Nacional (SIN), foi aprovada com emendas nesta quinta-feira (3) em comissão mista. O texto antecipa para o mesmo ano da licitação a entrega, para o SIN, de energia de usinas em atividade. A entrega poderá ocorrer ainda nos dois anos seguintes. 


Segundo o senador Vital do Rêgo (PMDB-PB), autor do relatório aprovado, isso permitirá a aquisição do insumo com custo menor, trazendo benefícios para o consumidor 




Vital do Rêgo (esq.): energia licitada poderá ser comprada por um preço menor. 
Gabriela Korossy/Câmara dos Deputados

Agora, a MP, que por sofrer modificações será transformada em projeto de lei de conversão (PLV), será analisada nos plenários da Câmara e do Senado. A MP 641 deve ser votada pelo Congresso até 4 de agosto, para não perder a eficácia. 


Vital do Rêgo aproveitou 15 emendas apresentadas por deputados e senadores em seu relatório. Editada em março, a MP altera a Lei de Comercialização de Energia Elétrica (Lei 10.848/04) e disciplina a contratação do serviço público de distribuição de energia elétrica no País. O primeiro leilão para entrega imediata de energia elétrica já foi realizado em maio. 

Energia
O texto aprovado permite a revisão do prazo da entrada em operação de termoelétricas contratadas em leilões de energia de reserva: quem está com as obras atrasadas poderá ter até 18 meses para concluí-las e iniciar as operações. 

Consumidores que prestam serviço de transporte público de tração elétrica (metrô, trem) ou de saneamento básico e que possuem vários pontos de medição poderão ter as faturas integralizadas em uma só. 

Também foram aprovadas mudanças à Lei 9.074/95, com a simplificação do rito para a aprovação do registro de empreendimentos hidrelétricos na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel). O atual limite de aproveitamento de potencial hidráulico é de mil kilowatts, e com o texto passará a 3 mil. 

Mudanças na Lei 9.427/96 garantem, pelo texto, que o prazo de autorização para aproveitamentos hidrelétricos de 3 a 50 megawatts será de 35 anos prorrogáveis por mais 30, ajustando para a lei algo que já ocorre na prática. 

O texto determina ainda que os consumidores do mercado livre de energia elétrica tenham acesso às cotas de energia gerada por empreendimentos que tiveram suas concessões renovadas pelas regras da Lei 12.783/13

Assim, a energia gerada por usinas hidrelétricas cujas concessões foram prorrogadas no ano passado, será usufruída também por todos os consumidores do mercado livre de energia elétrica. 

Isso significa que não só consumidor regulado – que não pode escolher de quem comprar a energia – mas também o consumidor livre, que escolhe o seu fornecedor (como grandes indústrias e alguns shoppings centers), pelo PLV também passarão a ter direito a cota, pagamento menos pela energia. 

A exigência de licença ambiental prévia para a construção de hidrelétricas também foi estabelecida no texto. E os aproveitamentos e empreendimentos hidrelétricos ou com base em fontes solar, eólica e biomassa não perderão o desconto de redução de tarifas de uso de energia caso ultrapassem o limite estabelecido. 

Incentivos
O PLV contém incentivos fiscais aos produtores de bebidas, faz modificações na legislação aduaneira e expande benefícios fiscais para a indústria automobilística nas regiões norte, nordeste e centro-oeste. 

Também possibilita o parcelamento de débitos não tributários, administrados e cobrados pela Procuradoria Geral da União, a exemplo do que ocorre com o Refis (Programa de Recuperação Fiscal). E dispensa, ainda, os honorários advocatícios nas ações que sejam extintas em razão desse parcelamento.



segunda-feira, 2 de junho de 2014

Consumidores livres estão preocupados com falta de contratos para 2015


Posted on 2 de Junho de 2014 by victor



Menor disponibilidade de energia tem elevado preços de contratos a níveis acima do esperado pelas indústrias

A garantia de suprimento de energia para o mercado livre em 2015 tem preocupado grandes consumidores com contratos vencendo até o fim do ano. Eles dizem que há uma uma crise de lastro, provocada de um lado pela menor disponibilidade de energia para contratação e, de outro, por preços acima do limite aceitável.

A assessora jurídica da Associação Nacional de Consumidores de Energia, Mariana Amin, conta que associados da entidade não têm conseguido oferta no mercado com preços compativeis com a competitividade industrial. 

Ela atribui essa dificuldades a fatores como a situação climática, a especulação com a alta do preço da energia no mercado de curto prazo e a inclusão da energia existente das hidrelétricas em um sistema de cotas para o mercado regulado. Ainda assim, conclui, “a questão é preço, e não oferta.”

Mariana Amin lembra que o prognóstico de alguns especialistas é de que os preços terão um acomodação de mercado nos próximos cinco anos, mas não necessariamente no ano que vem. Desse modo, mesmo que o próximo periodo chuvoso seja bom, as coisas não serão resolvidas em 2015. 

“A ideia da Anace é trabalhar com outras associações e agentes do mercado nesse momento em torno de uma solução conjunta para que a gente não entre numa crise pior.”

A coordenadora de Energia Elétrica da Associação Brasileira dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres, Camila Schoti, admite que existe preocupação com o fornecimento de energia para as indústrias que precisam contratar energia ou querem expandir a produção no ano que vem. 

“Ao mesmo tempo em que há dificuldade para encontrar energia, quando se encontra o preço é proibitivo”, observa.

A Abrace identificou que existe um problema em potencial e, para entendê-lo melhor, avalia a possibilidade de contratar um estudo para identificar a real situação do balanço de lastro. A expectativa é de que o levantamento leve, pelo menos, 20 dias pra ficar pronto. 

Para Camila Schoti, o fato de o Preço de Liquidação das Diferenças ter atingido a cotação máxima serviu como referência para os contratos mais curtos; enquanto os valores da energia existente negociados no leilão A-0 do último dia 30 de abril pode estar interferindo no preços dos contratos mais longos.

O presidente executivo da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia, Reginaldo Medeiros, admite que o setor vive uma situação de escassez de energia e de preços bastantes elevados. 

Ele desconfia, porém que existe um certo componente de especulação de um minoria de agentes que apostou na manutenção de um PLD baixo, apesar da volatilidade dos preços. 

Segundo Medeiros, 60% dos consumidores que compram energia no mercado livre tem contratos superiores a cinco anos, enquanto apenas 10% fazem acordos inferiores a um ano.

Para o executivo da Abraceel, o cenário vivenciado atualmente tem situações previsíveis no modelo do setor elétrico. 

“O que poderia ter minorado a situação é se tivesse sido atendida aquela nossa reivindicação e os consumidores livre tivessem acesso a essa energia mais barata das concessões renovadas. 

Como isso não foi feito a situação é mais crítica no mercado livre por dificuldade de contratação”, avalia.

Para o presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira dos Produtores Independentes de Energia Elétrica, Luiz Fernando Vianna, existe certa confusão na avaliação do cenário, porque há uma crise de contratos, não de lastro. 

Ele admite que com o PLD nos níveis atuais geradores que têm energia disponível como as estatais Cesp, Cemig e Copel preferem liquidar no curto prazo para aproveitar os preços. No ano que vem, várias concessões de usinas dessas empresas estarão vencidas e a energia entra no sistema de cotas do ambiente regulado e deixa definitivamente de estar disponivel também para o ambiente livre.

Vianna argumenta que os geradores resolveram negociar contratos no leilão A-0 porque o preço era bom e por um prazo de mais de cinco anos. 

Mas há uma outra explicação importante para a dificuldade de contratação, que é o receio dos geradores de ficarem sem alguma energia de reserva para se protegerem no caso de alguma eventualidade, em um cenário que aponta para o PLD e o GSF altos. “Aí voce corre o risco de ficar exposto”, justifica o executivo.

Fonte: Canal Energia – 30/05/2014Posted in Notícias do setor |

segunda-feira, 5 de maio de 2014

Mercado livre de energia aguarda modificações para a implementação do comercializador varejista

Consumidores livres poderão contar com a simplificação no processo de adesão



O mercado livre de energia aguarda as adequações da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) e da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE) referentes à figura do comercializador varejista, que está prevista para ser implementada no segundo semestre deste ano. 

Outro ponto esperado pelo setor é a simplificação do sistema de medição, que está em Audiência Pública na Aneel.

"O Sistema de Medição de Faturamento do mercado livre deveria ser o mesmo adotado no cativo, assim, evitaria o investimento entre R$ 20 mil e R$ 30 mil para obter um pro cesso igual ao de uma usina, como Itaipu. 

Para gerar a isonomia entre os ambientes de contratação livre e cativo, a medição precisaria ser a mesma, e a responsabilidade da correta informação seria do agente de medição", afirma Walfrido Avila, presidente da Trade Energy, comercializadora de energia. 

Segundo o executivo, apesar do consumidor livre ser responsável, outra ação que beneficiaria a implementação deste agente seria a permissão da comercializadora fornecedora de energia, em último caso, suspender o fornecimento por falta de pagamento, suspensão essa a ser efetuada pela distribuidora responsável. 

Os comercializadores varejistas terão que tomar as devidas precauções em relação à eventual inadimplência dos consumidores livres, incidindo diretamente nas suas contabilizações, iniciativa que viria ajudar em muito os processos de garantia financeira.

Já os consumidores livres poderão contar com a simplificação no processo de adesão, atualmente obrigatório na CCEE, permitindo uma quantidade maior de consumidores.

"Com a figura do comercializador varejista haverá um aumento na migração para o mercado livre, principalmente aqueles que têm carga inferior a 500 KW unitariamente, mas que somados atingem essa cifra, contendo o mesmo CNPJ, ou que estejam na mesma área", finaliza Avila.

Fonte: Agência Último Instante 

Richa aprova estratégia da Copel em leilão de energia

Copel
A estratégia da Copel de compra de energia no leilão da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) foi decidida pelo governador Beto Richa em reunião com a diretoria da empresa. 

A estatal paranaense foi a distribuidora que mais contratou no leilão realizado na última quarta. A companhia contratou 19,2 milhões de megawatts-hora e reduziu em 100% sua exposição no mercado livre.

“A desorganização por qual passa o setor elétrico nacional deixou a Copel sem alternativa. Ou contratava agora ou continuava no risco de pagar preços altíssimos no mercado livre, onerando ainda mais a tarifa ao consumidor”, disse Richa. 

O preço médio da energia contratada foi de R$ 268,33 o MWh. 

Esse custo será repassado à tarifa ainda neste ano para as empresas que não ainda tiveram o reajuste anual autorizado pela Aneel. O reajuste da Copel será homologado pela agência do Governo Federal em junho.

No mercado livre, o custo do megawatt-hora está em R$ 822,83. 

A Copel estava tendo que comprar energia nesse preço porque usinas de empresas de fora do Paraná que deveriam fornecer à Copel não ficaram prontas, obrigando a empresa a comprar no mercado livre. 

Apesar de o Paraná ser superavitário na geração energia elétrica, esta geração não pode ser fornecida diretamente para a Copel ou para o Estado. A energia vai para o sistema interligado nacional e sua venda às distribuidoras é feita pelos leilões do governo federal.

Saiba mais sobre o trabalho do Governo do Estado em:

www.pr.gov.br e www.facebook.com/governopr

segunda-feira, 14 de abril de 2014

Mercado Livre de Energia: Aneel regulamenta registro ex-ante e cessão de energia

Medidas entram em vigor em junho deste ano; Agência decidiu dosar penalidades no 1º ano de vigência
Por Wagner Freire



A diretoria da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) regulamentou na terça-feira (08/04) as Portarias 455/12 e 185/13. 

A primeira implanta a modalidade de registro de contratos ex-ante (antes do consumo) no mercado livre, e a segunda permite aos consumidores livres e especiais a cessão de montantes de energia. 

As novas regras entram em vigor a partir de 1º de junho de 2014.

Quanto a 185, não houve polêmicas. A possibilidade de ceder energia era um pleito antigo do setor, que foi atendido por meio de um dispositivo dentro da lei 12.783/13 (antiga MP 579), que tratou da renovação de concessão.

Por outro lado, a 455 foi cercada por questionamentos sobre os reais benefícios que essa nova modalidade traria para o Ambiente de Contratação Livre. Tanto é que sua aplicação foi adiada por duas vezes. A princípio, o registro de contratos ex-ante deveria ter entrado em vigor em junho de 2013, foi adiado para fevereiro deste ano e posteriormente para junho próximo.

A Portaria 455 define que “os contratos deverão ser registrados com frequência semanal e os montantes contratados e registrados somente poderão ser alterados antes do início da semana de entrega da energia”. Como a liquidação é mensal, os ajustes poderão ser feitos até a terceira semana do mês.

A fim de conceder um prazo de adaptação aos agentes, e atendendo a uma sugestão da Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), a agência reguladora decidiu por “dosar” as penalidades em caso de insuficiência de lastro de energia, decorrente da obrigatoriedade do registro ex-ante dos contratos, no primeiro ano de vigência da portaria, de 1º junho de 2014 a 1º de junho de 2015.

“Como vai ser um ano de adaptação do mercado, a penalidade será bem branda”, disse o relator do processo, diretor André Pepitone.

Além do registro ex-ante, a 455 permite que a CCEE tenha acesso aos valores dos contratos firmados entre agente vendedor e comprador. O objetivo é que, de posse dessas informações, a Câmara de Comercialização crie um indicador que sinalize a curva de preços que estão sendo praticados no mercado livre, trazendo mais transparência e simetria de informações entre os agentes que operam nesse ambiente.

Quanto a esse ponto, a Abraceel se posicionou totalmente contrária, sob o temor de um eventual vazamento de informações. Pepitone compartilhou da preocupação da associação, disse que estabeleceu diversas conversas sobre o assunto com o presidente da CCEE, Luiz Eduardo Barata, que garantiu o total sigilo das informações.

“Essa portaria não traz beneficio ao mercado, só aumenta custo para os agentes, que precisarão cotratar novos funcionários, para a CCEE, que precisa adaptar o seus sistemas, bem como para o consumidor final”, disse Reginaldo Medeiros, presidente da Associação Brasileira de Comercializadores de Energia Elétrica (Abraceel), ao participar da reunião pública da Aneel.

Para Pepitone, porém, a nova sistemática incentiva o consumidor a ter mais eficiência sobre a previsão do consumo. Essa estimativa mais precisa contribuiu para o Operador Nacional do Sistema Elétrico ter uma informação mais acertada sobre a carga prevista.

“O consumidor que realiza o monitoramento de sua carga e planeja seu consumo com antecedência, no momento do registro está em pé de igualdade com aquele consumidor que simplesmente verificou o consumo bruto no final do mês. E essa distorção que o regime ex-post permite e que está sendo corrigido”, esclareceu Pepitone. O regime atual ex-post prevê que o agente ajuste o contrato depois do consumo.

Em resumo, o plano de fundo da portaria 455 visa aumentar a segurança energética do Sistema Interligado Nacional (SIN), promover a eficiência do ACL, bem como reduzir os riscos de exposições financeiras e inadimplência no mercado de curto prazo.

“Muitos dos benefícios decorrentes do registro ex-ante somente serão visíveis quando associados a outras iniciativas em curso, como a implementação da contabilização e liquidação semanal, pretendida para janeiro de 2017”, concluiu Pepitone

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Medidas do governo afetam mercado livre em 2014

As perspectivas para o mercado livre de energia em 2014 não são das melhores



Segundo comercializadoras e especialistas, as novas políticas do governo para evitar a pressão inflacionária em ano eleitoral, como o adiamento para 2015 do sistema de bandeiras tarifárias e um novo subsídio do Tesouro para cobrir parte da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), afetarão a competitividade do mercado livre em relação ao regulado.


A aposta no setor é de que 2014 será um ano de crescimento vegetativo do consumo de energia e do número de clientes no mercado livre. O segmento patina desde a publicação da Medida Provisória nº 579, transformada na Lei 12.783, que provocou a redução das tarifas de energia das distribuidoras e dificultou a migração de empresas do mercado regulado para o livre.


De acordo com a Câmara de Comercialização de Energia Elétrica (CCEE), nos últimos 12 meses até outubro de 2013, o volume de energia negociado no mercado livre cresceu 3%, totalizando 16.357 megawatts (MW) médios. A fatia do segmento no mercado total de energia do país, porém, continua em 26%.


"O ano de 2014 será um período de manutenção. Não acredito que haverá crescimento significativo do volume no mercado livre", afirma o presidente da Bolt Comercializadora, Erico Evaristo. A companhia fechou 2013 com volume de negócios entre 400 MW médios e 500 MW médios e faturamento de R$ 800 milhões. A meta, segundo ele, é manter esses patamares para este ano.


Segundo um executivo do setor que não quis se identificar, apenas quatro consumidores estão previstos para migrar para o mercado livre por meio da comercializadora dele em 2014. O número equivale a um terço dos que mudaram em 2013. "Pouquíssimos consumidores planejam migrar em 2014", disse.


"Atualmente o agente está um pouco receoso [em fazer a migração]", explica o coordenador de Estudos de Energia e de Mercado da consultoria Excelência Energética, Josué Ferreira.


O principal motivo para a visão pessimista para este ano é o adiamento da adoção do sistema de bandeiras tarifárias. Na prática, a medida prevê o repasse para as tarifas do custo de geração das térmicas logo no mês seguinte ao da operação dessas usinas.


Como o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) tem despachado térmicas para recompor o nível dos reservatórios hidrelétricos, a tendência seria uma bandeira tarifária "vermelha" logo no início de 2014. De acordo com a Federação das Indústrias do Estado do Rio de Janeiro (Firjan), a expectativa era de um aumento de 14% nas tarifas de energia das distribuidoras já no primeiro mês do ano.


Esse repasse para as tarifas tornaria o mercado livre novamente mais atrativo para consumidores industriais e comerciais. No fim de 2013, no entanto, a Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) determinou o adiamento para 2015 do início do sistema de bandeiras tarifárias.


O presidente da comercializadora Comerc, Cristopher Vlavianos tem uma visão mais otimista para 2014. "Tudo vai depender de como vai se comportar o preço ao longo do ano. Mesmo sem o repasse da CDE [para as tarifas] e as bandeiras tarifárias, a tendência do mercado regulado é de alta de preços", avalia o executivo.


Para o coordenador do Grupo de Estudos do Setor de Energia Elétrica, Nivalde Castro, o adiamento das bandeiras tarifárias não afeta significativamente o mercado livre. Segundo ele, a lógica dos consumidores nesse segmento é de mais longo prazo.


Mas, se 2014 será um ano de estagnação, a aposta das comercializadoras para 2015 é de um aumento expressivo nas contas de luz e, por isso, da migração de empresas para o mercado livre.


"Em 2014, o governo vai segurar tudo o que puder. Mas em 2015 vai ser difícil. Dependendo da distribuidora, o aumento da tarifa de energia pode ser superior a 10%", afirmou um executivo que não quis se identificar. 

(Valor Econômico)