quinta-feira, 16 de agosto de 2012

Mercado livre é opção para reduzir custos da indústria com energia


Maurício Corrêa, da Abraceel, o coordenador do Coinfra (FIEB), Marcos Galindo                                                    e a consultora Alexandra Susteras. Fotos: João Alvarez/Sistema FIEB.
As oportunidades e riscos de se comprar energia no mercado livre foram apresentados, na segunda-feira (13), no encontro da campanha 2012: Ano do Mercado Livre de Energia, promovida por nove entidades de classe do setor elétrico. 

O evento foi realizado na FIEB, que apoia a iniciativa cujo objetivo é mostrar às empresas como aumentar a sua competitividade por meio da redução da conta de luz.

Conduzida pela gerente de Estudos e Gestão de Energia da Andrade e Canellas, Alexandra Susteras, a apresentação englobou aspectos gerais para consumidores livres (tem demanda contratada de 3MW ou mais) e consumidores especiais (cuja demanda é de pelo menos 500 KW) mostrando como estão estruturados o Sistema Elétrico brasileiro e o mercado de energia nacional. 

“O insumo energia representa um diferencial de economia para as empresas, mas muitas delas ainda não sabem como buscá-lo no mercado livre, que tem um potencial de crescimento de 46%”, afirmou a consultora.

Alexandra descreveu os perfis desses consumidores diferenciados - entre os quais muitas das empresas industriais estão inseridas – e explicou como é feita a compra de energia diretamente com geradores, autoprodutores e comercializadores do insumo. 

“Diferentemente do que acontece na aquisição do serviço oferecido pelo mercado cativo, a comercialização no mercado livre é bilateral, feita por meio de contratos”, explicou.

A consultora Alexandra Susteras apresentou oportunidades e riscos do mercado livre.

Existem hoje mais de 10 mil corporações nos Pais habilitadas para essa categoria, pois têm gastos mensais com energia acima de R$ 100 mil. A principal vantagem desta forma de negociação é a usual prática de preços mais baixos do que os que são oferecidos pelo marcado cativo, algo que pode representar até 25% na redução de custos com energia.

No entanto, para realizar compras vantajosas, é preciso estudar o funcionamento do Sistema Elétrico e do mercado de energia, extremamente complexos. 

Além disso, para se tornar consumidor livre ou especial, é preciso se associar à Câmara de Comercialização de Energia Elétrica, que regula os preços oferecidos e contratados no mercado livre. “É preciso investir em informação, se dedicar ao assunto ou contratar uma consultoria especializada para aproveitar as vantagens, mas vale a pena”, enfatizou o diretor de Relações Institucionais da Associação Brasileira dos Comercializadores de Energia (Abraceel), Maurício Corrêa, também presente ao evento.

A mesma opinião tem o gerente de produção e tecnologia da Acrinor (Unigel), Luiz Mascarenhas. 

“Para a unidade de Candeias utilizamos energia comprada no mercado livre desde 2004, um dos aspectos mais interessantes é a flexibilidade de negociação deste mercado”, contou.

Riscos – Assim como apresenta vantagens em prol da competitividade, o mercado livre têm riscos. Os principais deles são a exposição à variação do Preço de Liquidação das Diferenças (PDL), os preços na CCEE, a Inadimplência no Mercado de Curto Prazo (MCP), o crédito bilateral. Porém, de acordo com Alexandra Susteras, a maior parte desses riscos pode ser mitigada com acompanhamento do mercado e contratos bem elaborados. 

Veja a apresentação de Alexandra Susteras.


Sobre o Ano do Mercado Livre de Energia

A campanha “2012- Ano do Mercado Livre de Energia” nasceu com o objetivo de conscientizar autoridades públicas e agentes privados sobre a importância da negociação desregulamentada para a competitividade da indústria no País, bem como na blindagem contra a inflação.

O “Ano do Mercado Livre de Energia” é uma iniciativa das entidades Abeeólica (energia eólica), Abiape (investidores em autoprodução de energia), Abrace, (grandes consumidores industriais de energia e consumidores livres), Abraceel (comercializadores), Abragel (geração de energia limpa), Abragef (geração flexível), Abraget (geração térmica), Anace (consumidores de energia) e Apine (produtores independentes).